O Estado de São Paulo, n. 44.688, 23/02/2016. Política, p. A12

Para FHC, versão de jornalista é ‘invenção’

Ex-presidente contesta declaração de Mirian Dutra, de que ele teria usado empresa para enviar dinheiro a ela

Por: Pedro Venceslau / Ana Fernandes

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou nesta ontem como "invenção" a afirmação da jornalista Miriam Dutra de que ele teria usado a empresa Brasif Exportação e Importação para enviar remessas de dinheiro para ela entre 2002 e 2006.

"Não há denúncia nenhuma. A própria empresa diz que não é verdade. Isso não existe, é invenção. Essas coisas são menores. Estou preocupado com o Brasil. Não tenho nada o que temer ou esconder", disse FHC.

O ex-presidente concedeu uma entrevista na saída de um evento da pré-campanha do vereador Andrea Matarazzo, que disputa a vaga de candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.

O evento foi a primeira aparição pública de FHC desde que a jornalista – com que ele manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990 – concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na semana passada, na qual afirmou ter assinado um contrato fictício de trabalho com a Brasif.

A empresa, que foi concessionária das lojas duty free nos aeroportos brasileiros, confirmou ter contratado a jornalista em 2002– por meio da Eurotrade Ltd.

–, mas disse que Fernando Henrique “não teve qualquer participação” na contratação e “tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif”.

Diante da insistência dos repórteres com o tema, o tucano afirmou que o assunto é “privado” e não está baseado em “fatos”.“ O que pertence ao âmbito privado não é público”, disse Fernando Henrique. “Não tem fatos. Qual foi a coisa que eu fiz de errado? Vocês estão insistindo em um tema que não existe.”

 

Privado

“O que pertence ao âmbito privado não é público (...) Não tem fatos. Qual foi a coisa que eu fiz de errado? Vocês estão insistindo em um tema que não existe.”

Fernando Henrique Cardoso

EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA