O Estado de São Paulo, n. 44.674, 09/02/2016. Economia, p. B1

Petróleo em queda e temor maior com economia global derrubam bolsas

Em Nova York, o barril teve queda de 3,88%, fechando a US$ 29,69, por conta das preocupações em relação ao excesso de produção, que não deve se resolver tão cedo; na Europa, o índice que reúne as principais ações fechou no menor nível desde 2013

 

A turbulência voltou aos mercados internacionais ontem!p!O petróleo ficou novamente abaixo dos US$ 30, e foi um dos principais fatores de pressão para que as maiores bolsas globais fechas sem em queda.Mas investidores demonstraram uma preocupação generalizada com os rumos da economia global, principalmente com notícias negativas vindas da China e dos Estados Unidos.

Na Europa, temores sobre a saúde financeira de alguns bancos também jogaram os indicadores para baixo. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações de empresas europeias, fechou com queda de3,4%,a 1.239,68pontos, o menor nível desde outubro de 2013.

No caso do petróleo, a queda Nas cotações foi provocada pelo aumento das preocupações com o excesso de oferta, depois que uma reunião no fim de semana entre a Arábia Saudita e a Venezuela,membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), terminou sem planos de corte na produção. Com isso, as expectativas de que pudesse haver um acordo entre produtores para cortar a oferta e apoiar os preços diminuíram.

Em Nova York, o barril de petróleo para entrega em março fechou cotado a US$29,69, uma queda de 3,88% em relação ao preço da semana passada. Em Londres, o barril do petróleo tipo Brent, para entrega em abril, recuou 3,46%, cotado a US$ 32,88.

A queda nas cotações, que coloca em dúvida o próprio ritmo de crescimento da economia global, provocou um recuo pratica mente generalizado nas bolsas!p!Na Europa, Londres caiu 2,71%, Paris recuou 3,20% e Frankfurt, 3,30%. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou em queda de 1,1%, enquanto a Nasdaq recuou 1,82%

“Nós precisamos que o petróleo se estabilize para dar alguma confiança para os investidores, porque o estresse dos investidores está alto, a perspectiva de lucros está baixa e os fundamentos do mercado continuam a se enfraquecer”, disse Terry Sandven, estrategista-chefe de Equities do US Bank Wealth Management, em Minneapolis.

Um relatório do banco Morgan Stanley adicionou pressão a esse cenário, ao afirmar ser improvável que o excesso de oferta no mercado de petróleo diminua antes de 2017.

Emprego. Os mercados financeiros também refletiram ontem os dados de emprego dos Estados Unidos, divulgados na sexta-feira, e que mostraram a criação de 150 mil vagas em janeiro, abaixo das expectativas de 190 mil. Ontem, o Deutsche Bank, em relatório, rebaixou a previsão de crescimento do PIB americano de 2% para 1,3% este ano,e colocou como mais provável que o Fed, o BC dos EUA, só volte a elevar os juros do país em dezembro (ler abaixo).

Além disso,embora os mercados na China estejam fechados, por causado feriado do Ano Novo Lunar,notícias negativas vindas do gigante asiático impactaram as bolsas. No fim de semana, o país informou que suas reservas cambiais recuaram ao menor nível em mais de três anos. Ou seja, recursos continuam deixando a segunda maior economia do mundo, em meio à desconfiança entre investidores sobre a condição da economia chinesa e diante da probabilidade de maior depreciação do yuan.

Na Itália, os bancos foram Mais uma vez o foco dos investidores!p!O UniCredit fechou com queda de 5,82%, depois que o jornal La Repubblica publicou que pode haver mudanças na gestão. E o Monte dei Paschi di Siena caiu mais de 11% depois que o JPMorgan e BNP Paribas cortaram o preço-alvo de suas ações.