Título: PF apreende 35 carros de luxo
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Fonte: Correio Braziliense, 08/10/2011, Brasil, p. 10
A Polícia Federal (PF) apreendeu, ontem, 35 carros de luxo que teriam entrado ilegalmente no Brasil. A operação Black Ops ainda prendeu 13 pessoas, sendo três policiais militares. Das detenções, 10 foram feitas no Rio de Janeiro e três no Espírito Santo. O grupo explorava jogos de azar e depois lavava o dinheiro com a importação de veículos usados. A operação, deflagrada em 14 estados e no Distrito Federal, foi montada depois de dois anos de investigação. Ao todo, foram expedidos 119 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão. No DF, foram apreendidos dois veículos.
A soma das apreensões feitas e dos bens já bloqueados pela Justiça chegam a R$ 50 milhões. São veículos, imóveis e o dinheiro de contas bancárias movimentadas pela quadrilha. Carros como Porsches, Mustangs e Lamborghinis entravam no Brasil e eram negociados em pelo menos 30 revendedoras a preços mais baixos do que os de mercado ¿ ainda assim, alguns eram vendidos por mais de R$ 1 milhão. Centenas de policiais federais e agentes da Receita partiram, ainda de madrugada, para endereços em bairros ricos e revendas de carros de luxo. "Esses veículos têm uma fila de espera de seis a oito meses e essas multimarcas conseguem trazer um carro em dois, três meses. Isso se já não estiver na loja. Às vezes, o carro vinha por encomenda", explicou o superintendente da Receita Federal Marcus Vinicius Pontes.
Bicheiro Segundo a PF, a operação teve início a partir da detenção de Yoram El Al em 2006. Procurado nos Estados Unidos por tráfico de drogas, ele passou a ser investigado no Brasil depois da explosão do carro do bicheiro Rogério Andrade, no Rio, no ano passado. "Passamos a observar a movimentação dele e as investigações apontaram que ele mantinha ligações com grupos internacionais. O esquema basicamente consistia na importação de veículos, o que não é ilegal, mas deve ocorrer em casos excepcionais", explica o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira. Entre as situações permitidas pela legislação brasileira para a importação de veículos usados estão os casos de herança aberta no exterior e de veículos com mais de 30 anos de fabricação.
Bonde tinha problemas nos freios e estava superlotado
O laudo de 34 páginas do Instituto de Criminalística Carlos Eboli (ICCE) sobre o acidente em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, envolvendo um bonde no tradicional bairro carioca, revela que o veículo não tinha condições de segurança. Os peritos apontaram 23 falhas no bonde que tombou em 27 de agosto, matando seis pessoas e ferindo 56. Segundo o ICCE, o veículo apresentava falha no sistema de freios, causada por falta de manutenção. O documento revela ainda que peças do eixo foram fabricadas artesanalmente ou estavam soldadas ao chassi de maneira rudimentar. Havia ainda arames substituindo parafusos e, no momento da tragédia, o bonde estava superlotado, com 62 passageiros, 50% a mais que a sua capacidade normal.