Por André Guilherme Vieira | De São Paulo

O juiz Sergio Moro, titular da Operação Lava-Jato na primeira instância da Justiça federal do Paraná, vai decidir nesta segunda-feira se enviará ao Supremo Tribunal Federal (STF) planilha com centenas de nomes depolíticos e indicações de pagamentos a parlamentares com foro privilegiado. O material foi apreendido na casa do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva, em fevereiro, durante a 23ª fase da investigação, a Acarajé, que levou à prisão preventiva o marqueteiro João Santana, a mulher dele Monica Moura e o acusado de operar propinas na Petrobras Zwi Skornick. Os documentos foram disponibilizados no sistema de processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná na terça-feira. No dia seguinte o magistrado decretou segredo de Justiça

Segundo Moro, "é prematura qualquer conclusão quanto à natureza" do valores apontados no documento, porque "podem retratar doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado".

O magistrado ponderou ser necessário "aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos".

Para o juiz, "a cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal".

O juiz também decretou segredo de Justiça nos autos referentes às duas fases da operação, por estarem relacionadas entre si.

No sábado, Moro decidiu libertar nove investigados temporariamente durante a 26 ª fase da Lava-Jato, a Xepa - que revelou a existência de uma estrutura organizada dentro da Odebrecht, com sistema de informática próprio, voltada ao pagamento de propinas, segundo os investigadores.

Entre os que foram libertados estão os executivos Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares, apontados nas investigações como chefes do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.