Título: Ostracismo pós-eleição
Autor: Correia, Karla
Fonte: Correio Braziliense, 04/10/2011, Política, p. 6
Diferentemente do que a destreza de Marina Silva pode sugerir, permanecer influente no meio político mesmo sem mandato é tarefa para poucos. A eleição de 2010 teve o condão de tirar do centro das atenções pessoas influentes e caciques que figuravam há tempos como protagonistas do cenário nacional.
Diplomata de carreira, o ex-senador pelo PSDB do Amazonas Arthur Virgílio foi reintegrado aos quadros do Itamaraty, de onde estava afastado desde 1982, depois de ser derrotado na tentativa de conquistar novamente uma vaga no Senado. Hoje, é conselheiro de Política Interna da embaixada brasileira em Lisboa. Outro tucano com dificuldades de se manter na ribalta política é o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que não conseguiu se reeleger e hoje preside o Instituto Teotônio Vilela, órgão de formação partidária do PSDB. Ele é citado por companheiros de legenda como um "outsider" dentro do partido. Marco Maciel, ex-senador pelo DEM de Pernambuco, também passou a se concentrar na vida interna de sua legenda. É hoje chefe do Conselho Político da sigla.
Já Heráclito Fortes, ex-senador pelo DEM do Piauí, teve seu poder político testado recentemente ¿ e passou com louvor. A festa de casamento de sua filha, Heloísa, em março, atraiu convidados como José Serra (PSDB), o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim (PMDB) e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A julgar pela amplitude do espectro partidário dos convivas, o ex-senador continua bem influente. (KC)