Título: IPI diminui importação
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 04/10/2011, Economia, p. 10

A importação de carros desacelerou em setembro, refletindo a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos estrangeiros. Pelos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as compras externas de automóveis cresceram 39,4% entre janeiro e setembro, mas subiram apenas 9,9% no mês passado. Há 19 dias, o governo anunciou medida que atingiu veículos fabricados no exterior, sobretudo na China. "É possível que os números tenham sido afetados pelo IPI", admitiu a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres.

No geral, a balança comercial acumulo, até setembro, saldo de US$ 23,03 bilhões, resultado de pesadas importações chinesas e cotações elevadas das matérias-primas agrícolas e minerais exportadas. O superavit saltou 81,4% quando comparado aos US$ 12,69 bilhões dos nove primeiros meses de 2010. As exportações somaram US$ 190 bilhões, 30,4% a mais que em igual período do ano passado; e as importações, US$ 166,96 bilhões ¿ alta de 25,6%. "Esses números sustentam as metas do governo para o ano: superavit de US$ 27 bilhões e exportações de US$ 257 bilhões", afirmou o secretário executivo adjunto do Mdic, Ricardo Schaefer.

Commodities Só em setembro, o superavit foi de US$ 3,07 bilhões, resultado 185% maior que o US$ 1,07 bilhão de igual mês de 2010. O resultado do mês passado também foi o maior valor obtido para meses de setembro em cinco anos. Em 2007, foi de US$ 3,47 bilhões. A grande diferença se deve ao cenário desfavorável para o comércio exterior no fim do ano passado, influenciado pelo crescimento da economia brasileira pelo real forte. O preço elevado das principais commodities em relação a mesmo mês de 2010 ¿ café (61%), minério de ferro (51%), petróleo (40%) e soja (33%) ¿ explica os bons números.

Na comparação de setembro com o mesmo mês do ano passado, as exportações cresceram 23,6% e as importações, 13,8%. Contudo, confrontadas com o mês anterior, as vendas externas e as compras do exterior caíram. O comércio exterior brasileiro ainda não foi afetado pela forte variação do câmbio no mês passado. "O câmbio se faz sentir após três meses. Há uma defasagem", explicou Tatiana. Ela acredita que a valorização do dólar será sentida de maneira mais acentuada a partir de 2012.