Título: American Airlines desaba
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Fonte: Correio Braziliense, 04/10/2011, Economia, p. 11

As incertezas em relação aos rumos da economia atingiram ontem a terceira maior companhia aérea dos Estados Unidos. Em meio a um intenso debate entre analistas financeiros sobre a possibilidade de a American Airlines (AA) pedir concordata, as ações da empresa chegaram a despencar 35% na tarde de ontem, na bolsa de Nova York.

O temor dos investidores é de que a fraca recuperação da economia reduza a demanda por viagens aéreas, afetando as tarifas de outono no Hemisfério Norte (época do Natal, em que as companhias faturam alto). Os papeis de outras empresas do setor também despencaram, mas a AA, reconhecida como mais fraca financeiramente, apurou a perda percentual mais severa.

O porta-voz da aérea, Andrew Backover, admitiu a especulação sobre o assunto, que tomou conta das negociações com os ativos da empresa, mas se recusou a dizer se a AA está considerando pedir concordata. "Esse não é nosso objetivo ou nossa preferência":, afirmou. "Sabemos que precisamos melhorar nossos resultados e temos um senso de urgência, na medida em que estamos trabalhando para alcança-lo", comentou.

Aposentadorias

"Existem rumores sobre o fato de que um número anormal de pilotos se aposentou nos últimos meses", disse Basili Alukos, analista da corretora Morningstar, que explicou que os pilotos obtém ações da companhia aérea em seu plano de pensões. Segundo o economista, os comandantes tentam deixar a empresa para poder "vender suas ações antes que o grupo enfrente novas dificuldades financeiras" e eventualmente quebre.

A empresa apresentou prejuízo líquido de US$ 286 milhões no segundo trimestre deste ano, enquanto as companhias concorrentes tiveram lucro. Segundo Alukos, a AA possui uma frota de aeronaves velhas, que consomem muito combustível, além de arcar com custos salariais altíssimos.