Reprovação de Dilma é de 82%, diz Ibope

31/03/2016

A porcentagem da população que considera o governo Dilma Rousseff ruim ou péssimo oscilou de 70% para 69% de dezembro do ano passado para março, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores de popularidade da presidente mantiveram-se no menor nível da série pelo quarto trimestre consecutivo. A parcela dos entrevistados que avalia a atual gestão como ótima ou boa oscilou de 9% para 10% no mesmo período. Já os que consideram o governo regular oscilaram de 20% para 19%. Todas as variações ocorreram dentro da margem de erro máxima de dois pontos porcentuais. Segundo a pesquisa, 82% dos entrevistados desaprovam amaneira de Dilma governar, mesmo nível de setembro de 2015.A proporção dos que aprovam também se manteve (14%). A pesquisa perguntou sobrea confiança em relação à presidente. A parcela dos que não confiam em Dilma oscilou de 78% em dezembro para 80% em março, o pior nível desde o governo José Sarney – em junho de 1989 a parcela que não confiava em Sarney era de 80%. O porcentual daqueles que confiam em Dilma permaneceu em 18%. Políticas públicas. Em dezembro,87% desaprovavam o governo no combate ao desemprego; hoje, são 86%. Também oscilou, dentro da margem de erro, a desaprovação das políticas do governo no combate à fome e à pobreza (de 71% para 69%), na educação (de 76% para 74%) e na segurança pública (de 85% para 84%). No meio ambiente, a desaprovação foi de 74% a 68%. A pesquisa mostra ainda que a parcela dos entrevistados que percebem o noticiário mais desfavorável ao governo passou de 75% para 76%, enquanto aqueles que veem o noticiário mais favorável subiram de 9% para 10%. O porcentual dos que enxergam o noticiário nem favorável nem desfavorável ao governo caiu de 11% para 9%. As notícias mais lembradas pela população são “Presidente Dilma convida o ex-presidente Lula para assumir ministério” (31%); notícias sobre manifestações a favor do impeachment (17%) e notícias sobre Operação Lava Jato (13%). A pesquisa foi feita entre 17 e 20 deste mês, tendo sido iniciada quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi anunciado como ministro da Casa Civil.

Crises. O gerente de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, avalia que a combinação de crise política e econômica tem gerado insatisfação popular e mantido a popularidade da presidente em níveis baixos. Ainda segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido da entidade, oito em cada dez brasileiros avaliam que o segundo mandato está sendo pior que o primeiro. Fonseca observou ainda que os dados indicam que há um grupo de apoia a presidente. “Obviamente, tem um grupo que apoia o governo e a presidente Dilma Rousseff tem se segurado nesse grupo neste momento. É difícil saber o que vai acontecer para frente”, disse o gerente da CNI. “A presidente está com uma popularidade muito baixa. É o mais baixo desde o governo José Sarney. A soma de crise política com econômica gera essa insatisfação e explica popularidade tão baixa”, afirmou Fonseca, que ponderou que houve uma ligeira melhora. A maioria dos indicadores que apresentaram alguma recuperação, no entanto, fica dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Ficha técnica

A pesquisa fez 2.002 entrevistas em 142 municípios no período de 17 a 20 de março. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.

 

O Estado de São Paulo, n.44628, 25/12/2015. Política, p. A5