EDUARDO MILITÃO
Planilhas apreendidas pela Polícia Federal durante as buscas da Operação Acarajé na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o BJ, mostram uma relação de cerca de 200 políticos associados a valores e, às vezes, a apelidos. Pelo menos um dos codinomes coincide com um usado no sistema de contabilidade paralela da empreiteira, desvendado pela Operação Xepa. Os políticos citados na relação, revelada pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do portal UOL, negaram qualquer irregularidade.
Os registros contábeis, apreendidos em 22 de fevereiro na casa de BJ, no Rio de Janeiro, mostram pagamentos para políticos da base aliada e da oposição. As próprias planilhas mostram alguns valores ao lado de contas bancárias e CNPJ de comitês financeiros, o que indica repasses registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos”, disse o juiz responsável pela Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, que colocou os documentos em sigilo (veja na página 3). “Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos.”
Nas planilhas, o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é chamado de “Atleta”, ao lado de um valor nominado de “50,00”. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aparece sem codinome, ao lado de um valor de “1.000,00”. Outro citado é “Candidato Neves/MG”, ao lado do valor “250,00” em coluna referente ao ano de 2014, em referência ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Em nota, o tucano respondeu: “São contribuições de campanha”.
“Proximus”
Uma das planilhas na casa de Benedicto Júnior chama o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) de “Proximus”, ao lado do valor “500”. O codinome é o mesmo usado no sistema de contabilidade e mostra o mesmo apelido encontrado no sistema de contabilidade paralela do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Como mostrou o Correio na terça-feira, “Proximus” está ligado a cinco entregas de dinheiro vivo no valor de R$ 500 mil, que somam R$ 2,5 milhões, ligadas à obra da linha 4 do metrô do Rio de Janeiro. As entregas, entre setembro e novembro de 2014, quando Cabral não concorreu a cargos públicos, deveriam ser feitas a uma pessoa chamada Olívia Vieira, na Barra da Tijuca.
Em nota, a assessoria do peemedebista disse que “todas as contribuições das campanhas eleitorais do ex-governador Sérgio Cabral foram de acordo com o que estabelece a lei”. Em 2010, quando Cabral se reelegeu, a Odebrecht doou R$ 200 mil para o comitê financeiro do PMDB estadual, segundo o TSE.
A Odebrecht, que deseja fazer colaboração premiada, disse que Benedicto prestou esclarecimentos em seu depoimento. Em 24 de fevereiro, o engenheiro negou à PF ter pagado propinas e argumentou que providenciava doações eleitorais. Benedicto afirmou apenas que “lhe cabia atuar no sentido de consolidar os dados trazidos por diretores e apresentar aos LEs (líderes empresariais) e a Marcelo Bahia Odebrecht”.
Nomes, siglas e apelidos
Abelardo Leopordo
Adão Villaverde
Adeli Sell
Ademar Delgado
Ademar Delgado
Aécio Neves
Agnelo Queiroz
Aldo Rebelo
Alfredo Sirkis
Aluízio Mercadante
André Corrêa
Antero Paes
Anthony Garotinho
Antônio Donato
Antônio Guaraná
Arthur Virgílio
Artur Maia
Aspásia Camargo
Bruno Araújo
Bruno Cavalcanti
Cacau Gomes
Caiadinho
Candidato Neves
Candidato Palmas
Candidato Porto Velho
Candidato Valadares
Carlito Mers
Carlos Grana
Carlos Martins
Carlos Todeschini
Carmem Gandarella
Celso Russomano
César Epitacio Maia
Champagne
Cicero Lucena
Clarissa Garotinho
Cleiber Santana
Cristiano Mateus
Cristina Carrara
Custódio Campos
Daniel Coelho
Demandas EC
Demir
Demóstenes Torres
Jutahy Magalhães
Despota
Dinha
Diversos Vereadores
Donizete Braga
Dr. Aluisio
Dr. Paulinho
Duarte Nogueira
Dudu Rosalva
Edson Moura
Eduardo Campos
Eduardo Cunha
Eduardo Paes
Elias Gomes
Elizabeth Siraque
Eng. Comasetto
Fatima Cleide
Fernando Haddad
Fernando Marroni
Firmino Filho
Francisco Chagas
Francisco Daniel C. de Moraes
Francisco Dornelles
Gabriel Chalita
Garibaldi Alves
Gato Angorá
Geraldo Alckmin
Geraldo Júlio
Gilmar Rinaldi
Giovani
Guilherme Maluf
Henrique Alves
Heráclito Fortes
Humberto Carballal
Humberto Costa
Isaac
Jaison Cardoso
José Agripino
Jacques Pena
Jader Barbalho
Jairo Jorge
Jaorge Samek
Jaques Pena
Jaques Wagner
Jarbas Vasconcelos Filho
Jeferson Andrade
João Almeida
João Alves
João Paulo Cunha
João Paulo Rillo
Jorge Bittar
Jorge Felipe
Jorge Picciani
Jorge Samek
José Sarney
José Serra
Jose Zito
Julio Lopes
Jussara Márcia
Lessa
Lindbergh Farias
Lomanto Junior
Luis Fernando Pezão
Luis Sérgio
Luis Tavares
Luiz Henrique Madntetta
Luiz Marinho
Luiz Paulo Veloso Lucas
Marcelo Sereno
Márcia Lopes
Marco Alba
Marco Maia
Marconi Perillo
Marcos Cláudio Lula
Marcos Daneluz
Maria Lopes
Maria Rosa
Maria do Carmo Lara
Maria do Rosário
Mário Kertesz
Marsco DAneluz
Maurício Bacelar
Mauro Poeta
Mauro Zaquia
Mazinho
Mendes Thame
Mendonça Filho
Nelson Marchezan Jr.
Nelson Pelegrino
Nervosinho/ Diversos
Neto Richa
Nilson Bonome
Nilton Costa
Orlando Tolentino
Osmar Terra
Oswaldo Barba
Otávio Leite
Pablo Mendes Ribeiro
Patrícia Sampaio
Patrus Ananias
Paulo Abi-Ackel
Paulo Barbosa
Paulo Bernardo
Paulo Câmara
Paulo Garcia
Paulo Mello
Paulo Pereira da Silva
Paulo Souto
Paulo Teixeira
Pedro Eugênio
Pedro Godinho
PH Lage
Pinheiro
Priante
PT Curitiba
Randolfo
Raimundo Colombo
Reinaldo Azambuja
Renan
Ricardo Barbosa
Rita Camata
Roberto Carlos de Souza
Roberto Freire
Rodrigo Maia
Rodrigo Neves
Rogério Marinho
Romero Jucá
Ronaldo Zülke
Roseana Sarney
Rosinha Garotinho
Rui Palmeira
Sabino
Sebastião Almeida
Sergio Aquino
Sérgio Cabral
Sérgio Sveiter
Severino Branquinho
Silas Brasileiro
Silval
Soninha Francine
Tarcila Crussius
Tarcísio Zimmermann
Tarso Genro
Theotonio Vilella
Tiao Bucalon
Tito
Tomas Beltrão
Tonha Magalhães
Vandelei Siraque
Vander Loubet
Vanessa Damo
Vanessa Graziotin
Vânia Galvão
Waldir Pires
Wandert Dilorenzo
Wellington Dias
*Lista compilada até o fechamento desta edição