Título: Mobilização no colégio
Autor: Magalhães, Luiz Roberto; Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 07/10/2011, Cidades, p. 19

A morte da estudante Fernanda Pires deixou apreensivos pais de alunos e a administração do Colégio Marista, na 609 Sul, onde a menina estudava. Além da comoção provocada pela perda da aluna, que chocou os colegas da turma do 5º ano G e as demais salas da mesma série, toda a comunidade acadêmica ficou preocupada, uma vez que o agente infeccioso ainda não foi identificado.

A administração do Marista recebeu ontem a Nota Técnica nº 11 da Vigilância Epidemiológica. Com base nas informações, preparou um comunicado que foi encaminhado aos pais de todos os 2,8 mil alunos que frequentam o local nos dois períodos, além dos 400 funcionários e professores.

A nota divulgada alerta para a importância de procurar atendimento médico, caso apareçam sintomas. "Preventivamente, diante de todo e qualquer caso suspeito de infecção por Streptococcus pyogenes, cujo indivíduo, independentemente de idade, apresente sintomas, a família deve procurar um médico para prescrição do mais adequado procedimento clínico a ser seguido", informa o Marista.

Consternação Ontem, o clima das aulas foi de consternação pela morte de Fernanda. Álvaro Castro, 11 anos, é estudante do 5º ano. O menino conta que os professores falaram sobre o caso para tentar acalmar as crianças que estavam no colégio. "Eles comentaram sobre a colega que morreu, falaram que ela teve febre e vomitou. As pessoas estavam tristes hoje (ontem)", contou o menino. A mãe de Álvaro, a professora Vânia Castro, 44, não acredita que haja risco para os estudantes. "Se houvesse qualquer chance de contágio, a escola já teria cancelado as aulas. Eles procuraram nos tranquilizar", afirma Vânia.

A empresária Taís Pinheiro, 49 anos, tem um filho de seis anos matriculado no Marista. Ela conhece a professora Ana Carolina, mãe de Fernanda. "É muito triste. Essa família deve estar arrasada. A mãe da menina que morreu já foi professora dos meus filhos, é uma pessoa excelente. Sinto muito por eles", afirmou Taís.

A bióloga Flávia Arruda Portilho, 39 anos, foi buscar as filhas Carolina, estudante do 4º ano, e Bruna, que está no 7º ano do Marista. Na saída do colégio, as conversas sobre a morte da colega eram inevitáveis. "Acho que foi um caso isolado. De qualquer forma, todos estão acompanhando as investigações sobre o caso. Foi uma morte horrível", comenta Flávia. (LRM e HM)