Título: 2012 será de recessão
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 06/10/2011, Economia, p. 12/13

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou ontem que não é possível descartar uma recessão global em 2012 e pediu que os países europeus evitem frear o crescimento econômico com drásticos planos de austeridade. "É possível que a atividade econômica caia no ano que 2012", disse o diretor da instituição para a Europa, Antônio Borges.

Segundo ele, para evitar tal possibilidade, o FMI recomenda a mudança da política econômica europeia, para que deixe de lado as medidas de austeridade e siga o exemplo das políticas de estímulo dos Estados Unidos e Reino Unido.

Os líderes políticos da União Europeia (UE) têm desenhado e adotado planos drásticos para reduzir os deficits públicos, principalmente a Grécia, Portugal e Irlanda, que precisaram ser socorridos pela UE e pelo FMI, mas também Itália e Espanha, que estão na mira dos mercados. A mesma receita foi dada pela presidente Dilma Rousseff, durante reunião de cúpula com governantes europeus na última segunda-feira. Para ela, em vez da redução excessiva de gastos, os governos em crise devem estimular os investimentos e a criação de empregos. O índice de desocupação na Grécia, por exemplo, chega a 15,2%.

Contra Wall Street Em Nova York, os manifestantes anti-Wall Street voltaram ontem às ruas com o apoio de sindicatos. As manifestações vêm se espalhando por várias cidades dos EUA, diante da insatisfação da população com a montanha de dinheiro que o governo enfiou nos bancos para salvá-los da quebradeira nos últimos anos. Para os integrantes dos movimentos, é preciso combater o corporativismo e a cobiça do mundo das finanças. Os protestos já duram duas semanas. Muitos acusam os bancos de levaram ao estouro da bolha imobiliária em 2008 e ao desemprego, que já passa de 9% no país.