Título: Elogios dos líderes europeus
Autor: Pinto, Paulo Silva
Fonte: Correio Braziliense, 05/10/2011, Política, p. 2

Bruxelas ¿ A presidente Dilma Rousseff ouviu ontem generosos elogios ao Brasil em quatro encontros durante o dia: a reunião da V Cúpula Brasil-União Europeia; um almoço com o rei da Bélgica, Albert II; o encerramento do V Fórum Empresarial Brasil-Uniao Europeia; e a abertura do festival cultural Europalia. "O crescimento do Brasil (nos anos recentes) foi espetacular. Meus cumprimentos", disse pela manhã o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, na declaração à imprensa que se seguiu à reunião de trabalho.

Na abertura da Europalia, diante do rei e da rainha, foi a vez de o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, valorizar o momento econômico vivido pelo país nos últimos anos: "Devemos respeito ao Brasil pela maneira como se saiu na crise. Isso ocorreu porque o país tem boa governança, diferentemente do que tinha no passado".

Nos vários discursos da Europalia, o Brasil era festejado pelos fortes laços com a Europa, não só porque muitos europeus migraram para a América do Sul, mas também porque hoje as nações europeias são marcadas pelo multiculturalismo, com pessoas de origens étnicas diferentes. O Brasil contribuiu para a organização do festival com 30 milhões de euros, obtidos de doadores empresariais beneficiados pela Lei de Incentivo à Cultura.

Ex-primeiro-ministro da Bélgica, Rompuy foi o primeiro presidente do Conselho Europeu escolhido especificamente para a função. Antes, o cargo era ocupado de forma rotativa, a cada seis meses, pelos presidentes dos 27 países que integram o bloco.

Alertas À tarde, no encerramento do V Encontro Empresarial Brasil União-Europeia, numa ala do Palácio D"Egmont, sede do Ministério das Relações Exteriores da Bélgica, Rompuy fez um discurso em contraponto às palavras da presidente Dilma Rousseff. "A redução do crescimento econômico não é resultado apenas do esforço para o equilíbrio fiscal, mas também ao aumento da inflação e da redução da confiança dos consumidores", explicou.

O presidente do Conselho Europeu fez, em seguida, dois alertas: "Aumentar o deficit fiscal não é uma resposta à crise", para depois emendar que "o aumento do protecionismo é uma receita para o fracasso". Recentemente, o Brasil aumentou a carga tributária sobre carros provenientes de outros países, inclusive da Europa, para conter o crescimento da importação desses produtos. (PSP)