O globo, n. 30.157, 01/03/2016. País, p. 8

Casos de dengue sobem 137,1% no Estado do Rio

Número chegou a 8.050 nas primeiras cinco semanas do ano; no país, crescimento foi de 46%

Por: Renata Mariz

 

- BRASÍLIA- O número de casos suspeitos de dengue no Estado do Rio chegou a 8.050 nas primeiras cinco semanas do ano, um aumento de 137,1% em relação ao mesmo período de 2015, quando houve 3.395 registros. A taxa de notificação por cem mil habitantes saltou de 20,5 para 48,6 no estado. O crescimento é bem superior à media nacional. No país inteiro, houve uma alta de 46% na quantidade de casos da doença, que passou de 116.452 para 170.103. Os dados são de boletim do Ministério da Saúde.

O informe registra uma queda no número de mortes por dengue no país. Nas cinco primeiras semanas de 2016, foram nove óbitos, contra 103 no ano passado. Houve quatro mortes no Paraná, duas em Mato Grosso do Sul, uma no Distrito Federal, uma em Rondônia e uma em São Paulo. Há outros 50 registros sendo investigados. Os casos graves da doença também despencaram, de 163 para 27, comparandose os dois períodos analisados.

 

EM RITMO ACELERADO

O ritmo de crescimento da dengue vem aumentando neste início de ano. Até o último boletim, que cobriu os 21 primeiros dias de 2016, a média de casos era de 24.624 por semana. Esse número passou para 48.115 nas duas semanas que foram incluídas no boletim divulgado ontem.

Considerando a população, o Centro- Oeste e o Sudeste apresentam as maiores taxas de casos: 163,5 e 112,7 por cem mil habitantes, respectivamente. Nas unidades da federação, a taxa por cem mil habitantes é mais elevada em Mato Grosso do Sul ( 284,9), Tocantins ( 248,5), Minas Gerais ( 230,5) e Espírito Santo ( 205,2). Roraima, Amapá, Piauí e Rio Grande do Sul têm as menores incidências, inferiores a dez casos por cem mil habitantes, em 2016.

A dengue tipo 1 continua sendo a prevalente, respondendo por 65,3% do total de 216 amostras submetidas a análise laboratorial nas quatro primeiras semanas de 2016. O índice, ao longo de todo o ano de 2015, foi de 94,1%. Em seguida estão os tipos 4 ( 4,8%), 2 ( 0,7%) e 3 ( 0,4%). O ano passado registrou o número mais alto de casos de dengue e de mortes em decorrência da doença no país: 1.649.008 e 863, respectivamente.

 

ZIKA E CHICUNGUNHA

Embora a zika e a febre chicungunha sejam doenças de notificação compulsória, ainda não há um número de casos registrados em 2016 no boletim do Ministério da Saúde. No caso da zika, a pasta ressalta que o registro passou a ser obrigatório recentemente e que, por isso, os dados ainda não estão disponíveis. Quanto à chicugunha, segundo o governo, a área técnica está organizando as estatísticas para apresentá- las.

No boletim, foi divulgado que já foram constatados casos de transmissão autóctone ( interna) de chicungunha em 14 unidades da federação, desde a introdução do vírus no país, em 2014. Em 2015, foram notificados 26.952 casos suspeitos de contaminação e três mortes, todas de idosos: 85, 83 e 75 anos.

No caso da zika, há transmissão interna da doença em 22 unidades da federação, comprovadas por exame laboratorial, afirma o boletim. Foram confirmadas três mortes, não associadas à microcefalia, por zika: uma em São Luís, outra no Pará e uma terceira no Rio Grande do Norte.