Título: Todas as fichas em São Paulo
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 09/10/2011, Política, p. 6

Gilberto Kassab não é de ninguém. Apenas dele mesmo, focado em se consolidar como liderança política no estado lançando um candidato próprio a prefeito de São Paulo. Kassab sabe que só será um "player" importante em 2014 se mantiver poder de fogo por ali. E não terá essa chance se não tentar emplacar alguém do PSD à sua sucessão.

No caso do PSDB, por exemplo, a perspectiva de aliança para prefeito de São Paulo está descartada. Ontem, em São Paulo, um político ouviu a seguinte frase de um amigo de Kassab: "Se os tucanos toparem apresentar um vice para (Henrique) Meirelles ou (Guilherme) Afif, podemos conversar". É ali, onde é certa hoje a eleição em dois turnos, que Kassab jogará suas fichas. Se não para sair como vencedor, ao menos para ser cortejado no segundo turno e deixar o escolhido lhe devendo uma. Afinal, é assim que a política funciona.

No resto do país, o PSD musculoso que ele comanda está livre de amarras que não sejam os compromissos firmados para promover esse crescimento, todos restritos a 2012. Ao jornalista Jorge Bastos Moreno, Kassab declarou que trabalha a política "sem rancor ou preconceito" e conversará com todos que pensem assim. E grande como está, não vai faltar quem se diga livre de rancores e preconceitos para puxar conversa com Kassab. (DR)