Adriana Fernandes
Murilo Rodrigues Alves /
BRASÍLIA
Com a ressalva de que não divulgará a nova equipe até a decisão do Senado sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer admite que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles é o nome que tem para assumir o Ministério da Fazenda. Temer já encaminhou o desenho do que espera para os principais ministérios e os nomes que melhor se adaptam ao perfil que traçou para seu governo.
O enfoque na Fazenda será a execução de um ajuste fiscal gradual capaz de garantir a retomada da confiança, que impulsionará o crescimento. Meirelles se encaixa no diagnóstico feito ao vice-presidente pelo também ex-presidente do BC Armínio Fraga, de que o centro do problema da crise econômica do País é o desequilíbrio fiscal.
Em entrevista ao jornal O Globo, Temer admitiu que se tivesse de assumir hoje a Presidência, o ministro da Fazenda seria Meirelles: “Fiquei muito bem impressionado com a conversa que tive com ele”.
Meirelles tem defendido o que batizou de “ajuste completo”. O acerto das contas deve ser parte de um plano de desenvolvimento econômico que, embora contracionista no curto prazo, vise ao crescimento ao fim do processo, com aumento da renda e do emprego. O ex-BC compartilha da visão de que carga tributária atual é “pesada” demais .
Banco Central. A escolha do novo ministro da Fazenda será preponderante na definição do nome do futuro presidente do Banco Central. No entanto, o comando dos bancos públicos deve ser definido pelo próprio vice nas negociações da composição de apoio partidário para seu governo no Congresso.
A presidência da Caixa deve ficar com o PP. O nome mais cotado é o do ex-ministro da Integração Nacional do governo Dilma Gilberto Occhi, que é funcionário do banco.
O grupo de Temer já rediscute a junção de várias Pastas num superministério de infraestrutura. A avaliação é de que a união dos ministérios não deu certo no governo Collor, na década de 90, e não faria sentido repetir a receita agora.
Planejamento. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o mais cotado para o Planejamento. Ele terá papel fundamental na articulação das medidas com o Congresso, em especial na solução da “armadilha fiscal” que espera Temer caso assuma a Presidência. Para a Casa Civil, já está certo o nome de Eliseu Padilha.
O senador José Serra (PSDB-SP) tem poucas chances de ser nomeado para a Fazenda. Assessores de Temer tentam convencer o tucano a aceitar o Ministério da Educação. A resistência continua sendo de uma ala do PSDB que teme que um eventual bom desempenho de Serra no ministério o credencie como candidato do partido em 2018. O PSDB já tem dois presidenciáveis: o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin.
COTADOS
Romero Jucá
Senador do PMDB é cotado para assumir o Ministério do Planejamento
Henrique Meirelles
Ex-presidente do Banco Central (governo Lula) é o preferido para Fazenda
Eliseu Padilha
Ex-ministro da Aviação Civil (governo Dilma Rousseff) assumiria Casa Civil
Geddel Vieira Lima
Ex-ministro de Lula (Integração Nacional) é cotado para assumir Secretaria- Geral
Nelson Jobim
Ex-ministro de Dilma voltaria a comandar Defesa em uma gestão Temer
Eduardo Braga
Senador peemedebista e ex-ministro de Dilma é cotado para Cidades
Antônio Claudio Mariz de Oliveira
Criminalista é cotado para assumir Justiça
Márcio Freitas
Assessor de Michel Temer é cotado para assumir a Secretaria de Comunicação