Correio braziliense, n. 19307, 05/04/2016. Política, p. 3

Diretores exonerados

Naira Trindade

Uma semana após o desembarque do PMDB do governo da presidente Dilma Rousseff, exonerações de cargos estratégicos indicados pela legenda seguem publicadas no Diário Oficial da União. Ontem, foi a vez do presidente da Embratur, Vinícius Renê Lummertz Silva, que havia sido nomeado em maio do ano passado pelo vice-presidente Michel Temer. Pelos cálculos, Lummertz é o sétimo diretor de autarquia a perder o cargo na última semana. O Planalto calcula que o PMDB tenha mil indicações no governo.

O presidente da Embratur já havia entregado a carta de demissão ao então ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), antes de ele deixar o governo na semana passada. A assessoria de imprensa de Lummertz informou o pedido de saída dele alegava que estava agindo “de acordo com suas convicções” e “em consonância com as orientações do partido”. Nos últimos dias saíram também o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), o diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

 

Também saíram o secretário Especial de Saúde Indígena (Sesai), Antônio Alves de Souza, o presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci Martins; e o vice-presidente da Caixa Econômica Federal Roberto Derziê de Santanna, todos indicados pelo PMDB. Com as baixas, os ministros da articulação da presidente Ricardo Berzoini (Governo) e Jaques Wagner (Chefe do gabinete pessoal da Presidência) já negociam repassar os cargos para partidos aliados, como o PR, o PP e o PSD para reforçar aliança e também para cooptar novos e pequenos partidos na negociação de votos contra o impeachment.