Título: Recuperação ainda é lenta
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Fonte: Correio Braziliense, 13/10/2011, Economia, p. 15

Para que o atual consenso se confirme, entretanto, a Europa terá que solucionar a crise, disse Win Thin, analista global de moedas do Brown Brothers Harriman, banco dos Estados Unidos, sediado em Nova York. "Os Brics estão vulneráveis a um grande problema se a Grécia der o calote e a Europa quebrar, mas os mercados emergentes sempre se reerguem e, neste momento, eles são mais promissores do que os mercados desenvolvidos", declarou ele.

"Assim que a poeira baixar, parece que o fluxo natural será para os Brics e outros mercados emergentes", afirmou Thin, cujo banco espera que esses últimos se fortaleçam no ano que vem. Para todas as moedas, menos o iuan, a ameaça de um calote grego ¿ e da resultante retirada de fundos de mercados emergentes mais arriscados por investimentos mais seguros em dólar ¿, levou a fortes perdas nos últimos meses.

O rublo também se enfraqueceu, depois que a Standard & Poor"s reduziu a nota da dívida soberana dos EUA no início de agosto. Entretanto, com o barril de petróleo tipo Brent ainda acima dos US$ 100, o banco central russo já vendeu mais de US$ 10 bilhões de suas reservas desde o começo de setembro, ajudando o rublo a se recuperar do valor de 32,90 em relação à moeda norte-americana ¿ seu nível mais baixo desde agosto de 2009.

Os derivados de petróleo e o petróleo são os principais produtos de exportação da Rússia. A recuperação do rublo pode começar logo, já que se espera que a moeda suba cerca de 2,2%, para 31,43 em relação ao dólar, até o fim do ano, segundo a pesquisa da Reuters.

"Por um lado, há o fator da saída de capital, que provavelmente não desaparecerá no quarto trimestre. Por outro lado, ainda há um grande superavit de capital", disse Julia Tsepliaeva, economista-chefe para Rússia e CIS (Comunidade dos Estados Independentes) no banco BNP Paribas de Moscou.