Título: Obama fatura e rivais caem
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 14/10/2011, Mundo, p. 14

A equipe da campanha pela reeleição de Barack Obama em 2012 superou sua meta de arrecadação de contribuições fixada para o terceiro trimestre deste ano, com mais de US$ 70 milhões levantados ¿ para o presidente e para o esforço eleitoral do Partido Democrata. "Superamos nosso objetivo, de US$ 55 milhões de dólares entre as duas campanhas. Foi um belo trabalho", comemorou o chefe do comitê de Obama, Jim Messina, em mensagem de e-mail. A boa notícia para a Casa Branca coincide com a disputa embolada pela candidatura presidencial da oposição republicana, com mais um pretendente ¿ agora, o governador do Texas, Richard Perry ¿ caindo nas pesquisas depois de ter ensaiado uma arrancada.

"Tudo o que ocorreu neste verão (o meio de ano, nos EUA), quando o presidente estava ocupado fazendo o trabalho para o qual foi eleito, nos obrigou a cancelar várias reuniões de arrecadação de fundos e a pedir para todos fazerem um esforço (financeiro) adicional", disse o chefe da campanha à reeleição. Jim Messina ressaltou a importância dos pequenos doadores, e informou que 606.027 pessoas contribuíram no terceiro trimestre. O resultado, porém, foi inferior ao do trimestre anterior, quando Obama arrecadou US$ 86 milhões .

Oposição Enquanto o presidente reforça o caixa para uma disputa que se anuncia difícil, a queda da aprovação ao seu governo e até mesmo nas intenções de voto são compensadas também pelos sinais de que o campo republicano continua sem um nome para enfrentar Obama em 2012. No último debate entre os pré-candidatos da oposição, na terça-feira à noite, um dos focos da atenção foi o governador do Texas, Richard Perry, que há dois meses entrou na corrida despontando como possível favorito. Desde então, perdeu mais de 20 pontos nas pesquisas e já nem mereceu atenção maior dos rivais, empenhados em desgastar o novo líder da disputa, Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts.

Romney, que disputou as primárias republicanas em 2008, mas foi derrotado pelo veterano senador John McCain, iniciou a pré-campanha como um dos mais cotados, mas, assim como Perry, já perdeu pontos nas pesquisas. Ambos representam setores mais tradicionais do partido e enfrentam a concorrência do grupo ultraconservador Tea Party, que apoia a pré-candidatura da deputada Michele Bachmann.

Peças sem encaixe Veja alguns questionamentos sobre o suposto complô iraniano para atentar contra o embaixador saudita em Washington:

» Os mentores A Força Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, tem histórico de treinar organizações extremistas (Hezbolllah, Hamas) e conduzir operações fora do país. Um atentado de grande visibilidade na capital dos EUA marcaria, porém, uma expansão improvável em seu raio de ação.

» O suspeito Manssor Ababsiar, o agente que estaria a cargo da parte operacional do atentado, tem passagem na polícia e fama de encrenqueiro entre os vizinhos. Não parece ter o perfil para uma iniciativa da envergadura do assassinato de um dignitário estrangeiro.

» Alvo e cenário A despeito da rivalidade exacerbada com a Arábia Saudita, o Irã não teria ganho em nenhuma frente assassinando o embaixador Adel Al-Jubeir. Ainda que tivesse algo a ganhar, não precisaria fazê-lo em Washington, com todas as dificuldades implicadas.

» A conexão mexicana A versão segundo a qual os agentes iranianos teriam tentado contratar cartéis mexicanos de cocaína para realizarem o atentado parece inconsistente com os interesses dos narcotraficantes em evitar atrito direto com os EUA. Menos ainda por uma soma (US$ 1,5 milhão) irrisória para organizações criminosas que movimentam anualmente somas da ordem dos bilhões de dólares.