Correio braziliense, n. 19357, 25/05/2016. Política, p. 3

Pelaes deve assumir secretaria

Naira Trindade

 

No mesmo dia que afirmou que vai consertar possíveis erros do governo, o presidente em exercício Michel Temer resolveu aceitar a sugestão da bancada feminina da Câmara e nomear a ex-deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) para a Secretaria de Política para Mulheres, subordinada ao Ministério da Justiça. Desde que assumiu provisoriamente o governo, há 13 dias, Temer recebeu duras críticas por não ter nomeado uma mulher para o primeiro escalão. Ontem, o interino reafirmou que voltará atrás de decisões que considerar equívocas.

O nome de Pelaes foi apresentado pela bancada feminina na semana passada, como representante de consenso. Não houve nota oficial do Palácio do Planalto confirmando a indicação, porém a previsão é que ela tome posse na próxima semana.

Além de Pelaes, Temer trabalha agora na busca de um nome para assumir a Secretaria de Direitos Humanos. É possível que o anúncio seja feita nos próximos dias, garantem interlocutores palacianos. Na semana passada, para tentar minimizar o imbróglio criado com a falta de uma representante mulher na Esplanada, Temer sinalizou a intenção de criar um ministério no futuro “quando as contas se ajustarem” para cuidar das políticas para mulheres. Temer sondou pelo menos cinco mulheres para a assumir a Cultura, afim de corrigir o erro, mas não encontrou.

Na semana passada, as parlamentares ironizaram que o presidente em exercício apoiasse a indicação de um nome feminino para concorrer a uma possível eleição à presidência da Câmara, já que não havia empossado nenhuma mulher no governo. Segundo as deputadas, Temer rebateu que não poderia garantir o apoio, mas que indicassem um nome para a disputa. Na ocasião, as parlamentares também criticaram o fato de a primeira presidente mulher “ter se fechado para o diálogo com a bancada” em relação a presidente afastada Dilma Rousseff.

Fátima Pelaes é socióloga. Foi deputada federal pelo PMDB do Amapá de 1991 a  2002 e de 2007 a 2015. Foi candidata a reeleição em 2014 e obteve 17.542 votos, mas não se elegeu.

 

 

Colaborou Julia Chaib