Valor econômico, v. 17, n. 4.012, 26/05/2016. Política, p. A5

Com aval de Temer, UGT deve definir hoje se fará fusão com Força Sindical

Por: Cristiane Agostine

 

Segunda maior central sindical do país, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), deve definir hoje se fará uma possível fusão com a Força Sindical, para aumentar a fatia recebida do imposto sindical e ampliar a poder de negociação com o governo Michel Temer. A união das centrais tem o aval de Temer, no momento em que o governo articula a aprovação de uma reforma da Previdência, e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, deve participar da reunião do comando da UGT hoje, em São Paulo.

Além da Força, a central negocia também unir-se à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e à Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Avalizada pela gestão Temer, a criação de uma super central deve fazer frente à Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior do país, ligada ao PT e um dos principais focos de resistência dos movimentos populares aoimpeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O presidente da UGT, Ricardo Patah (PSD), disse que "existe sim" o interesse de iniciar o processo de ampliação da central, que representa 11,29% dos trabalhadores. A Força representa 10,08%, a NCST, 7,45% e a CGTB, 1,88%. Se as quatro se unirem, conseguirão ultrapassar a CUT, que representa 30,4% dos trabalhadores, cerca de 3,87 milhões.

Com exceção da CUT, as centrais têm negociado com o governo Temer a reforma da Previdência.

Na reunião de hoje com o ministro, Patah afirmou que defenderá a recriação da CPMF, para financiar a Previdência. "Mas não concordamos com a idade mínima proposta pelo governo", disse Patah.