Valor econômico, v. 17, n. 4009, 20/05/2016. Política, p. A6

Moka deve recusar indicação para relatar orçamento

Por: Vandson Lima

 

O acordo para que Arthur Lira (PP-AL) se tornasse o novo presidente da prestigiosa Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional pode ter resolvido o embate entre as bancadas de PMDB e PP na Câmara dos Deputados - ambas aliadas do governo do presidente interino Michel Temer. Criou, no entanto, um problema na escolha do relator-geral do Orçamento de 2017.

Pela tradição, a cada ano, Senado e Câmara se revezam na presidência do colegiado e na relatoria do orçamento. No ano passado, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) comandou os trabalhos na comissão e o deputado Ricardo Barros (PP-PR), agora ministro da Saúde, foi o relator.

Com um deputado na presidência da CMO, a relatoria do próximo Orçamento caberá a um senador, a ser escolhido pelo PMDB, maior partido da Casa. Líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) indicou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) para a missão. Mas Moka avalia recusar.

Isto porque, conforme confidenciou a correligionários, Moka está preocupado em "se misturar" com os aliados de Cunha, como Lira, que está na mira da Operação Lava-Jato, bem como seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL). "Estou velho, não vou arriscar sujar minha biografia com esse pessoal", teria confidenciado o senador.

A indicação deve ser definida até quarta-feira, após a votação da mudança da meta fiscal deste ano. Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) demonstraram interesse em assumir a relatoria-geral. O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá ser o senador Wellington Fagundes (PR-MT).

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