Título: Quantidade em xeque
Autor: Sassine, Vinícius
Fonte: Correio Braziliense, 19/10/2011, Brasil, p. 8

O técnico de segurança do trabalho que enviou o e-mail sobre o vazamento de urânio aos superiores fala em "quantidade considerável de pó" na sala contaminada. O Correio questionou o diretor da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), Samuel Fayad, sobre a quantia liberada da máquina. No primeiro contato, na última sexta-feira, ele disse que "não passa de 500g".

Depois, na segunda, dia 17, informou que a quantidade era entre 100g e 150g de pó de urânio enriquecido. Para o engenheiro nuclear Aquilino Senra, "meio quilo de urânio não é pouco, nem mesmo 150g".

"Imagine meio saco de açúcar espalhado no chão", compara. O urânio é radioativo e os riscos são reais em caso de inalação.

Uma nota foi enviada ontem pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ao Correio. A quantidade de pó que vazou do equipamento é de 150g, conforme o texto. "O material recolhido na limpeza foi segregado e destinado como rejeito de baixíssima atividade para armazenamento no depósito inicial da FCN Resende." O depósito tem licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), conforme a estatal. A área do piso atingida, "menor que 1m2", foi avaliada pelo Serviço de Proteção Radiológica.

Uma nota da Cnen, também enviada ontem, reproduz as informações fornecidas pela INB. "Sempre tomamos novas medidas para evitar o que aconteceu. Equipamentos podem dar problemas. Nosso trabalho é evitar que aconteça qualquer tipo de imprevisto", ressalta o diretor da FCN (VS).