Título: Álcool está mais barato
Autor: D'Angelo, Ana
Fonte: Correio Braziliense, 19/10/2011, Economia, p. 10

A recente redução da mistura do álcool na gasolina trouxe um benefício momentâneo para os habitantes de 17 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal. Nesses locais, o preço do combustível nas bombas caiu na segunda semana de outubro, conforme dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP). Sergipe não teve alterações no preço médio do litro do álcool, enquanto os demais estados sofreram aumento.

No entanto, apesar da queda de 0,53% entre a primeira e a segunda semana de outubro, o brasiliense ainda paga mais do que a média nacional pelo mesmo produto. O valor máximo (cuja diferença para o mínimo é de apenas R$ 0,30) do litro do etanol na capital federal, de R$ 2,180, é 8,8% mais caro do que no resto do país. A maior alta semanal ocorreu em Goiás, de 2%, para R$ 1,931, e a maior queda no período foi no Mato Grosso, de 2,76%, onde o consumidor paga em média R$ 1,933 pelo combustível.

Mistura Como forma de conter a escalada do etanol, desde o início do mês, o governo reduziu de 25% para 20% o teor de álcool anidro na gasolina. Mas essa queda no preço será passageira, na avaliação de especialistas. Por isso, a expectativa é que esse percentual na mistura caia mais até o fim do ano. Os combustíveis têm contribuído significativamente para o aumento da inflação.

"A tendência é que o etanol suba ainda mais porque logo começa a entressafra, que naturalmente pressiona os preços do produto. Além disso, o consumo de gasolina continuará crescendo", disse o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Um dos motivos da continuidade desse aumento do consumo da gasolina, lembrou ele, é a baixa competitividade do álcool. Em Brasília, onde o preço médio da gasolina é de R$ 2,84 o litro, só compensaria abastecer com álcool se ele custasse menos de R$ 1,98.