Título: Em tempo recorde
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 27/10/2011, Política, p. 6

Os dois presidentes que antecederam Dilma Rousseff esperaram pelo menos um ano para alterar a configuração da Esplanada dos Ministérios que figurava na foto da posse. Padrinho e mentor político de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocou sete ministros na primeira reforma ministerial, em janeiro de 2004 — 12 meses após subir a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez.

Diferentemente das motivações que levaram a atual presidente a substituir seu sexto ministro no 10º mês de mandato, Lula sucumbiu às pressões políticas para alterar a fisionomia do primeiro escalão. Dos sete ministros escalados por Lula no segundo ano de seu primeiro mandato, cinco eram originários da Câmara dos Deputados. A maior parte dos novatos entrou pela cota das acomodações políticas, atendendo a pedidos dos aliados, entre eles o PMDB, que ganhou pastas antes comandadas por petistas, a exemplo da Previdência. Esse ministério, por exemplo, saiu das mãos de Ricardo Berzoini (PT-SP) para Amir Lando, do PMDB de Rondônia.

O antecessor de Lula, o tucano Fernando Henrique Cardoso, foi mais comedido em sua primeira reforma ministerial. Em vez de promover as trocas logo um ano depois da posse, FHC escolheu o mês de abril de 1998 para mexer na equipe e trocou seis postos chaves. A nomeação do tucano José Serra para a Saúde foi considerada a única grande alteração na estrutura. À época, FHC também tentava acomodar melhor o PFL (que trocou de nome para DEM) na Esplanada.

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