Título: Briga judicial permanece
Autor: Amado, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 27/10/2011, Política, p. 10

Enquanto exibe a musculatura no parlamento, o PSD prepara uma batalha na Justiça na tentativa de garantir suas prerrogativas de partido. A prioridade é assegurar a fatia da legenda na verba do fundo partidário. Nos cálculos dos advogados pessedistas, eles teriam direito a recursos da ordem de R$ 20 milhões por ano. Mas, para tanto, a Justiça Eleitoral terá que decidir se a distribuição proporcional dos recursos deve levar em consideração a bancada efetiva ou a eleita do partido. O partido entrará com representação no Tribunal Superior Eleitoral requerendo o direito ao fundo partidário, mesmo tendo sido criado após as eleições de 2010. Em um segundo momento, os advogados planejam ainda abocanhar parte do tempo de tevê, com vistas à eleição de 2012.

Autodeclarando-se partido de centro, que "vota pelo Brasil", o futuro político do PSD ainda é uma incógnita eleitoral. PT e PSDB cortejam com a mesma intensidade a sigla. O presidente do PT, Rui Falcão, o segundo a falar na tarde de ontem, foi todo elogios à legenda. "(O PSD) se dispõe a fazer aliança com o PT em várias cidades. Estamos abertos para isso", vislumbrou Falcão.

"Faço oposição" Já a senadora Kátia Abreu, único nome de peso do partido no Senado, afirmou que a disposição do PSD em votar com o governo não significa, porém, a adesão à administração federal. Firme ao propósito de não aceitar cargos públicos no governo Dilma Rousseff, a senadora disse que só depois de 2014 o futuro do partido estará definido. "Não temos condição para isso. Podemos ajudar mantendo independência. Mas, na base do governo, não. Eu fiz oposição, faço oposição e tenho muito orgulho disso". (GA)