O Estado de São Paulo, n. 44768, 13/05/2016. Política, p. A5

Combate à inflação terá prioridade

Tânia Monteiro

O presidente em exercício Michel Temer dedicou aos problemas econômicos boa parte de seu primeiro discurso no Palácio do Planalto e disse que, em vez de falar em crise, a solução é “trabalhar”. O peemedebista afirmou que “o Brasil vive hoje sua pior crise econômica” e anunciou que a prioridade é combater o desemprego que atinge 11 milhões de pessoas. Além disso, lembrou que a inflação está em dois dígitos e o déficit, R$ 100 bilhões.

“Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica, que tem levado ao aumento do desemprego e a perda do bem-estar da população”, afirmou Temer, observando que, para isso, “é imprescindível” reconstruir os fundamentos da economia e melhorar o ambiente de negócios.

“A partir de agora, nós não podemos mais falar em crise; trabalharemos”, afirmou Temer, prometendo espalhar pelo País esta frase “em 20 milhões de outdoors por todo o Brasil, porque isso cria também um clima de harmonia, de interesse, de otimismo”. O presidente destacou a importância de reconquistar a confiança no País, para atrair investimentos estrangeiros.

Segundo Temer, “de imediato” é preciso “restaurar o equilíbrio das contas públicas, trazendo a evolução do endividamento no setor público de volta ao patamar de sustentabilidade ao longo do tempo”. Para ele, “quanto mais cedo formos capazes de reequilibrar as contas públicas, mais rápido conseguiremos retomar o crescimento”.

O presidente avisou ainda que a primeira medida, na linha dessa redução, é a redução da máquina pública, com corte de cargos e funções gratificadas, além da diminuição de ministérios.

O presidente fez questão de avisar, também, que “para tranquilizar o mercado”, “serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central hoje desfruta para fortalecer sua atuação como condutora da política monetária e fiscal”. Falou também em “dar eficiência aos gastos públicos”, e, em uma estocada na administração petista, comentou que esta é uma “coisa que não tem merecido maior preocupação do Estado brasileiro”.

Ao citar a inflação, Temer comentou que fará “um esforço extraordinário para reduzir a incerteza introduzida pela inflação dos últimos anos”, que “atrapalha o crescimento, desorganiza a atividade produtiva e turva o horizonte de planejamento dos agentes econômicos”.

 

 

Lema. Temer ainda destacou o mote escolhido para sua gestão, afirmando que “não é um lema de hoje”. “O nosso lema é Ordem e Progresso. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual, como se hoje tivesse sido redigida”, considera o presidente em exercício.