Título: Sucessão de erros
Autor: Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 27/10/2011, Brasil, p. 14
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) apresenta problemas de grandes proporções desde 2009, quando a prova — marcada para 3 e 4 de outubro — teve que ser cancelada em função de um furto ocorrido na gráfica responsável pela impressão dos cadernos de prova. O vazamento de informações e a consequente remarcação do exame prejudicou cerca de 4 milhões de estudantes. Além disso, a reimpressão das provas teve um custo estimado em 30% do valor da licitação, de R$ 148 milhões. Na ocasião, o então presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, pediu demissão. Em agosto deste ano, a Justiça condenou por corrupção passiva e violação de sigilo funcional quatro dos cinco envolvidos no furto e vazamento da prova.
No ano seguinte, os problemas foram detectados com as provas já impressas. Em um dos cadernos, havia erros como perguntas repetidas e questões com a sequência errada. A gráfica contratada assumiu a falha, informando que o problema ocorreu em 21 mil provas. O exame apresentou ainda os cabeçalhos invertidos nas folhas de respostas. Estudantes foram à rua para protestar contra a sucessão de erros (foto). O então presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, deixou o cargo em janeiro de 2011.