Título: Proposta recusada
Autor: Krause, Sofia ; Bonfanti, Cristiane
Fonte: Correio Braziliense, 27/10/2011, Economia, p. 18

Os protestos que pararam a Esplanada dos Ministérios ontem contaram com a adesão de 2,5 mil servidores que participaram da assembleia do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SinPro-DF), no Teatro Nacional. Os docentes recusaram a proposta feita pelo governo local, de aumentos que variam de 2% a 7% até 2014, e decidiram manter o estado de greve aprovado na segunda-feira. Caso não consigam melhorias, ameaçam radicalizar e cruzar os braços a partir do mês que vem.

Na avaliação dos professores, a proposta do governo não é capaz de cobrir sequer a previsão de inflação do período de outubro de 2011 a março de 2014 — estimada em 17%. O governo ofereceu aos profissionais da educação salário inicial de R$ 4.915, mas eles pleiteiam começar a carreira recebendo R$ 7.838. O sindicato pede ainda mudanças como adoção da gestão democrática, com participação da comunidade escolar nas decisões do campo educacional; reestruturação da carreira; oferta de um plano de saúde; e incorporação de gratificações, que representam cerca de 10% do salário no ensino público.

No entanto, o Governo do Distrito Federal (GDF) garantiu apenas o plano de saúde a partir de janeiro e a incorporação da gratificação por dedicação exclusiva e regime de tempo integral ao salário. "Estamos dando um ultimato ao governo para que ele apresente uma proposta que dialogue com a categoria", ameaçou Cláudio Antunes, diretor do SinPro-DF. Para o governo, os professores estão adiantando uma discussão que não deveria ser fechada antes de dezembro.

Segundo a Secretaria de Educação, desde março os docentes recebem o aumento acordado de 13,83%, e nenhum novo reajuste deve ser concedido antes de março do próximo ano. "Deve haver tranquilidade, pois o orçamento nem foi discutido na Câmara. O governo se comprometeu a reformular a carreira do magistério, mas é uma lei que estamos acabando de formatar. Ainda temos de encaminhar para o Legislativo, para que comece a vigorar no ano que vem", explicou o secretário de educação, Denilson Bento da Costa.