Título: Apoio do mercado
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 27/10/2011, Economia, p. 20

Mesmo após algumas previsões do mercado terem convergido para as do Banco Central no último Boletim Focus, do Banco Central, as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a economia brasileira estão mais próximas das estimativas do mercado do que das do governo. "Acho muito difícil que o país consiga aproveitar a inércia de 3% de crescimento neste ano decorrente do salto de 7,5% no ano passado", ponderou Luíz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC.

Leal estima que um crescimento perto de 5% em 2012 só vai ocorrer se não houver queda nos preços. "O governo vai ter que escolher entre controlar a inflação e ter um crescimento menor. Uma expansão abaixo de 4% não será ruim se olharmos para as demais economias. Seria bom se ele reconhecesse que não vai conseguir atingir a meta e revisá-la", afirmou. Apesar das revisões para baixo, o estudo da OCDE destacou a recuperação rápida da economia brasileira diante da crise financeira global.

Reservas Ao contrário de Márcio Holland, secretário de Política Econômica da Fazenda, Carlos Cozendey, o secretário de Assuntos Internacionais do ministério, buscou ponderar as críticas do governo à OCDE. "O Ministério da Fazenda não concorda com projeções da OCDE, especialmente para 2011. Particularmente, temos muitas reservas. Há inconsistências macroeconômicas nas projeções. Elas minimizam a capacidade de o Brasil responder à crise externa e não veem que o país tem plenos instrumentos macroeconômicos para se proteger da crise", disse. (RH)