O Estado de São Paulo, n. 44769, 14/05/2016. Política, A4
Maduro endossa discurso de Dilma ao ser afastada
Ao justificar a decisão de retirar o embaixador da Venezuela no Brasil, o presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, disse que a presidente afastada Dilma Rousseff é vítima de um “golpe de estado parlamentar”.
“Pedi ao embaixador no Brasil.
Alberto Castellar, que viesse para uma reunião junto com a chanceler (Delcy Rodríguez) e o vice presidente executivo (Aristóbulo Istúriz). Estamos avaliando esta dolorosa página da história do Brasil”, disse Maduro em cadeia nacional de TV durante a reunião do Conselho de Ministros no Palácio Miraflores, em Caracas.
Antes, ele e outros chefes de Estado latino-americanos já haviam se manifestado após tomarem conhecimento da decisão do Senado de afastar a presidente temporariamente por meio de notas de apoio.
Carta. Em carta enviada a Dilma, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, se disse “indignado” com o “processo antidemocrático”.
O governo cubano falou em “contraofensiva reacionária do imperialismo”.
Evo Morales, da Bolívia, considerou um “atentado contra a democracia e a estabilidade política do Brasil e da região”, enquanto o governo colombiano disse esperar que a “estabilidade” brasileira se preserve Ontem, na TV, Maduro disse ainda que o impeachment de Dilma pode trazer de volta à região a instabilidade política das décadas de 1960 e 1970 e chegou a falar em reações como a “luta armada da juventude”. / R.G.