O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) foi alvo de protestos em São Paulo, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte no domingo, que também defendiam a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT). Em Salvador, o cantor Carlinhos Brown endossou as críticas a ele por extinguir o Ministério da Cultura. No sábado, já havia acontecido uma manifestação contra o peemedebista, que assumiu o cargo na quinta-feira, depois que Dilma foi afastada do posto após o Senado aprovar a abertura de processo de impeachment contra ela.

Em São Paulo, manifestantes caminharam pela Rua da Consolação, chegando até a Praça Roosevelt, no centro. A PM não contabilizou os militantes, que estimaram o público em 10 mil. O protesto ainda seguiu até a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). “Golpistas não passarão", gritavam. Desde sábado, o presidente em exercício está na capital paulista. Dilma está em Porto Alegre e deve voltar hoje a Brasília.

“O ato hoje é em repúdio à entrada de Temer porque achamos que o governo de Dilma era legítimo, que entrou pelo voto direto”, disse Luiz Dantas, organizador do ato e membro do Coletivo Frente pela Democracia. “Temer deveria estar inelegível por oito anos. Ele é um político ficha-suja.” Políticos do PSOL participaram da marcha.

Em Brasília, 200 manifestantes protestaram na manhã de domingo em frente ao Palácio do Planalto. Pessoas ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à UNE e artistas gritaram palavras como “Fora Temer” e músicas como “Ai, ai, ai, ai, empurra o Temer, que ele cai”. Eles também protestaram contra o fim do Ministério da Cultura e interditaram por cerca de 20 minutos uma via em frente à Praça dos Três Poderes. A via foi desobstruída pela PM, que não registrou incidentes durante o ato.

Em Belo Horizonte, 500 pessoas aproximadamente protestam na Praça da Liberdade contra o afastamento de Dilma e o governo Temer. Muitos também portam cartazes em que Temer é retratado como um vampiro. O evento, classificado de suprapartidário nas redes sociais, conta com o apoio da Frente Brasil Popular (FBP).

O público também gritou "Fora, Temer" em show de Carlinhos Brown em Salvador. Na noite de sábado, ele reclamou do fim do Ministério da Cultura. “Não custa dizer ao novo presidente, ainda ouso dizer, seu Michel, quem não deve, não teme”, disse o músico. “Devolva o Ministério da Cultura”, disse ele.