Correio braziliense, n. 19350, 18/05/2016. Economia, p. 11

Influência externa

Rodolfo Costa

A divulgação dos nomes que comporão a equipe de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda não conseguiu evitar a queda na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), que se pautou durante todo o pregão pelo cenário internacional. Dados sobre a recuperação econômica nos Estados Unidos e a possibilidade de uma alta de juros pelo Federal Reserve (banco central norte-americano), derrubaram o preço das ações no país e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o pregão com recuo de 1,86%, a 50.839.
O movimento externo foi preponderante — com o índice Dow Jones, negativo em 1,02%, em Nova York —, mas a queda também foi atribuída, segundo o analista Marcos Nihari, da DXI Planejamento Financeiro, o movimento da Petrobras de venda de títulos no mercado internacional de até US$ 3 bilhões para alongar o prazo de pagamento. Isso causou a retração de 2,56% nas ações preferenciais da petroleira, que fecharam a R$ 9,50.
No mercado de câmbio, a influência dos EUA foi menor e o peso das escolhas de Meirelles, maior. Apesar de a moeda norte-americana ter se valorizado ante algumas moedas e ficado praticamente estável em relação a outras, no Brasil recuou 0,36%, cotada a R$ 3,492.
“O mercado aposta que, com a nova equipe da Fazenda, o governo atuará com mais rigor no equilíbrio fiscal. E isso leva o mercado a apostar em uma diminuição da percepção de risco no Brasil”, analisou Hugo Monteiro, da BullMark Financial Group. Para ele, a valorização da divisa dos EUA só não ocorreu pela boa impressão que as escolhas de Meirelles causaram no mercado.