Procuradoria cita petista em delação por engano

17/06/2016

 

Nota assinada por Janot diz que, por erro, nome de Marco Maia foi incluído no lugar de ‘Felipe Maia’ e ‘José Agripino Maia’

A Procuradoria-Geral da República divulgou nota ontem na qual esclarece que o nome do deputado federal Marco Maia (PT-RS) foi incluído no documento da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado por engano. O petista é citado no trecho em que o Ministério Público Federal reproduz a solicitação ao Supremo Tribunal Federal da homologação da delação do ex-presidente da Transpetro.

“As autoridades elencadas foram citadas por Sérgio Machado em depoimento prestado ao Ministério Público (...) Contudo, ao reproduzir os nomes das autoridades foi mencionado na petição o nome (Marco Maia) quando, na realidade, constou do depoimento do colaborador o nome dos parlamentares ‘Felipe Maia’ e ‘José Agripino Maia’”, afirma a nota, que é assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

“O Ministério Público retifica o trecho onde consta o nome de Marco Maia, visto que os nomes corretos mencionados no depoimento são ‘Felipe Maia’ e ‘José Agripino Maia’”, informa o comunicado do Ministério Público Federal.

O Estado esclarece que citou o nome do deputado federal Marco Maia na edição de ontem (Primeira Página e pág. A5), entre os políticos mencionados na delação premiada de Sérgio Machado com base na reprodução do documento da Procuradoria-Geral da República que foi retificado ontem.

Inquérito. Em maio deste ano, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo, determinou a abertura de um inquérito para investigar a atuação do deputado Marco Maia na CPI mista da Petrobrás instalada em 2014.

A investigação contra o petista tem como base outra delação premiada, a do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS). O ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado afirmou que Maia, que era o relator da CPI, “cobrava pedágios” para não convocar empreiteiros e evitar investigações contra executivos sob suspeita de participação no esquema de corrupção e desvios na Petrobrás.

Na época, o deputado negou as acusações de Delcídio. “A investigação irá mostrar que sou vítima de uma mentira deslavada e descabida com o único intuito de desgastar a minha imagem e a do Partido dos Trabalhadores, o qual faço parte”, disse.

 

O Estado de São Paulo, n. 44803, 17/06/2015. [Política], p. A7.