Integrantes do PT, PC do B, DEM, PP e PSB são citados

Luciana Nunes Leal, Igor Gadelha, Gustavo Aguiar, Isadora Peron
16/06/2016
 
 
Deputados petistas, governador em exercício do Rio, Jandira Feghali e senador do DEM estão entre os acusados

Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse que, além do PMDB, a propina desviada da subsidiária da estatal serviu para financ iar campanhas de políticos de outros partidos. São eles os deputados Jandira Feghali (PC do B-RJ), Heráclito Fortes (PSB-PI), Felipe Maia (DEM-RN) e Luiz Sérgio (PT-RJ); o senador José Agripino Maia (DEM-RN); o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP) e os ex-deputados petistas Cândido Vaccarezza (SP), Jorge Bittar (RJ) e Edson Santos (RJ).

Machado afirmou que Jandira recebeu R$ 100 mil, Luiz Sérgio, R$ 400 mil, e Vaccarezza e Heráclito, R$ 500 mil cada um. O delator disse que dependia de Heráclito, então senador pelo DEM e presidente da comissão de infraestrutura do Senado, para conseguir implementar um programa de modernização e expansão da frota de navios da Transpetro iniciado em 2006.

Heráclito não colocava o projeto em pauta na comissão. Para contornar o problema, ele contou ter procurado o então senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em2014). Guerra teria fechado com ele o pagamento de R$ 1 milhão para o tucano e R$ 1 milhão para Heráclito. Machado afirmou que pagou integralmente a propina de Guerra, mas deu apenas metade a Heráclito, que lhe cobrara insistentemente o restante da propina durante as eleições de 2014.

No Congresso, Machado defendia o chamado Promef, de modernização dos navios, como um programa estratégico para o País e que teria o potencial de recriar a indústria naval.

Interessado, Vaccarezza teria procurado o delator diversas vezes para demonstrar apoio à Transpetro. Nas eleições de 2010, após as reuniões, o deputado pediu apoio a Machado, que concordou em ajudá-lo. Os valores teriam sido pagos por meio de uma doação oficial ao diretório do PT em São Paulo.

O mesmo teria acontecido com a Queiroz Galvão ao efetuar repasses a Jandira e Luiz Sérgio. Ambos são citados na delação como deputados que defenderam a indústria naval e os interesses da Transpetro no Congresso. Machado disse que, em épocas de eleição, eles o procuravam pessoalmente para pedir apoio e eram convidados à sede da estatal para discutir como os repasses seriam feitos.

Ainda segundo Machado, Dornelles teria recebido R$ 250 mil de propina para campanha eleitoral. Dornelles, Jandira.

Luiz Sérgio e Felipe Maia negaram ter recebido valores ilícitos.

O Estado não localizou Heráclito, Agripino Maia, Ideli e os ex-deputados Vaccarezza, Bittar e Santos.