Título: Medidas no papel
Autor: HESSEL, ROSANA
Fonte: Correio Braziliense, 01/11/2011, Economia, p. 12

Zurique — Desde a reunião do G-20 em Pittsburgh (EUA), no fim de 2009, os órgãos reguladores iniciaram uma série de reformas bancárias destinadas a reforçar o setor frente às crises, mas serão necessários vários anos para poder avaliar a eficácia das regras.

Com a crise financeira mundial em seu auge, os chefes de Estado e de governos das 20 maiores economias do mundo realizaram vários acordos na reunião na cidade norte-americana há dois anos, mas muitos ainda não saíram do papel.

Entre eles, alguns de alcance genérico, como o de "vigiar para que os sistemas de regulação de bancos e outras entidades financeiras impeçam os excessos que acarretaram a crise". O objetivo era evitar o desequilíbrio entre capital e empréstimos dos bancos, investimentos maciços em ativos financeiros de risco e os bônus astronômicos pagos aos executivos. Os líderes dos países se comprometeram a "atuar juntos para reforçar as regras sobre o capital e colocar em marcha normas internacionais mais restritas em matéria de remuneração".

Prazos Quase um ano depois, os reguladores publicaram uma nova norma internacional aplicável a todos os bancos. Essas regras, batizadas de Basileia III, retomam um elemento central das exigências de Pittsburgh: tornar os bancos mais fortes para futuras crises. O pacote ainda não começou a valer, pois os bancos têm prazos para se adaptar ao mínimo de capital em relação ao volume de empréstimos.