Barusco vai de réu a testemunha em uma ação

09/06/2016

 

Moro atendeu a pedido da defesa de ex-gerente da Petrobras

O delator Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, passou ontem da condição de réu à de testemunha de acusação em um dos processos a que responde, o relativo à 23ª fase da Operação Lava-Jato. O juiz Sérgio Moro atendeu a pedido da defesa do ex-gerente, com base nos termos do acordo de colaboração assinado com o MPF. Por enquanto, Barusco ainda é réu em outras três ações.

Pelo acordo de delação, ele poderá ser condenado a, no máximo, 15 anos de prisão. Até agora, porém, as penas contra ele somam mais de 18 anos de prisão. É a primeira vez que essa mudança acontece antes de uma sentença.

A 23ª fase da Lava-Jato, batizada de Acarajé, ocorrida em fevereiro deste ano, prendeu o marqueteiro João Santana e a mulher dele, Monica Moura, além de Zwi Skornicki, apontado como operador do esquema; e três pessoas ligadas à Odebrecht.

“Como a presente ação penal já foi proposta e recebida, suspendo o trâmite da ação penal em relação a Pedro José Barusco Filho, e, igualmente, defiro a sua oitiva na qualidade de testemunha de acusação”, escreveu Moro em seu despacho.

O ex-gerente da Petrobras nunca foi preso. Assim que os primeiros empreiteiros foram presos, em 2014, ele logo fez acordo de delação. Barusco deve prestar mais um depoimento semana que vem. Sua delação, sozinha, foi responsável pela recuperação de R$ 182 milhões pela Lava-Jato, segundo o MPF.

 

 

O globo, n. 30257, 09/06/2016. País, p. 5.