Título: Solução rápida
Autor: Abreu, Diego; Tolentino, Lucas
Fonte: Correio Braziliense, 26/10/2011, Política, p. 2

A situação política de Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte tornou-se inviável após a decisão do STF de abrir o inquérito para investigar as denúncias na pasta. Na semana passada, o governo já avaliava que Orlando estava "engessado" ao ter que passar mais tempo dando explicações sobre as acusações do PM João Dias do que tocando os projetos ligados à Copa do Mundo de 2014.

O risco agora é maior. No Planalto, a avaliação é de que a situação só não é pior porque a ministra Cármen Lúcia indeferiu, pelo menos preliminarmente, possíveis convocações de Orlando Silva para depoimentos no inquérito. Se isso tivesse ocorrido, o ministério teria um novo titular ontem mesmo.

A presidente Dilma Rousseff sabe que o Ministério do Esporte é estratégico demais para ficar paralisado em uma crise sem solução. Ela agiu rápido na crise dos Transportes, demitiu a cúpula do PR na pasta, no Dnit e na Valec. Mesmo assim, muitas das obras do setor continuam paralisadas. No caso da Copa, esse cenário é impensável: quanto mais o governo demorar a encontrar uma saída para a crise, menos tempo restará até a realização da Copa de 2014.

Dilma, no entanto, está espremida entre dois polos. O PCdoB é um aliado histórico do PT e não seria uma vitória política repetir com os comunistas o tratamento dado aos integrantes do PR. Mas Dilma não quer dar um gostinho de vitória à Fifa e à CBF, que desaprovam a atuação de Orlando à frente do ministério. (PTL)