Título: Críticas ao puxadinho
Autor: Correia, Karla; Rizzo, Alana
Fonte: Correio Braziliense, 26/10/2011, Política, p. 5

A manutenção do novo prédio que ampliará as dependências do Anexo 4 da Câmara custará R$ 4,5 milhões à Casa, por ano. Detalhamento das despesas da Câmara com manutenção dos anexos e pagamentos de material de consumo e taxas de iluminação, registrados na execução orçamentária do Legislativo, aponta que a decisão de expandir os gabinetes parlamentares para um "puxadinho" do Anexo 4 criará mais uma despesa fixa para a Câmara, com gastos de conservação do novo prédio.

O Correio mostrou ontem que a Casa abriu concorrência para escolher a empresa que fará o projeto de ampliação do Anexo 4, dependência que abrigará 84 gabinetes parlamentares. As obras estão estimadas em R$ 270 milhões e os recursos — segundo o primeiro-secretário da Câmara, Eduardo Gomes (PSDB-TO) — virão de reserva feita pela Casa com a venda da folha de pagamento para o Banco do Brasil e para a Caixa Econômica Federal. A construção de novos gabinetes foi uma das promessas de campanha do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), e atende a reclamação de parlamentares que ocupam salas no Anexo 3 — os imóveis têm apenas 33 metros quadrados e não contam com banheiro.

O deputado Reguffe (PDT-DF) ocupa um dos 76 gabinetes do Anexo 3, mas afirma que é contra o investimento de R$ 270 milhões para ampliar as dependências da Casa. "Claro que há o desconforto de o gabinete não ter banheiro, mas o contribuinte deseja que o dinheiro seja empregado na Saúde e na Educação e não na construção de gabinetes para deputados", afirmou o parlamentar.

Além dos gabinetes, o novo prédio da Câmara terá terraço, espaço para auditório, dois pisos destinados a garagens e áreas de apoio para funções administrativas da Casa. Ele será entregue em 2015.