Defesa de petista e empresário dizem não haver ilegalidade

Ricardo Brandt e Fausto Macedo

26/06/2016

 

 

Para Instituto Lula, relatório é ‘matéria-prima para ilações’; mensagens foram retiradas de contexto, afirma Bumlai

Em nota, o Instituto Lula afirmou que a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teve os sigilos fiscais, telefônicos e bancários quebrados “sem ser encontrado nenhum crime”. “Seus membros foram vítimas de arbitrariedades já denunciadas em representação por abuso de autoridade ao procurador-geral da República. O vazamento desse relatório é mais uma invasão de privacidade que não encontra nenhuma ilegalidade, mas que serve de matéria-prima para ilações de parte da imprensa brasileira para fins políticos”, diz a nota.

O instituto destaca que o relatório analisa mais de dez anos de e-mails do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente petista, “sem encontrar qualquer ilegalidade praticada por qualquer membro da família Lula da Silva”. “O ex-presidente informou que ‘levou 84 missões empresariais brasileiras a países de todos os continentes’ promovendo contatos de alto nível de empresas brasileiras com autoridades estrangeiras e parceiros comerciais nos mais diversos setores. Eram viagens para promover o interesse do país no exterior. Dentro da lei e a favor do Brasil”, afirma o instituto.

A defesa de José Carlos Bumlai disse que “os episódios mencionados na matéria foram pinçados de maneira descontextualizada do relatório de inteligência elaborado pela Polícia Federal”. “Ocorre que nenhum deles configura crime. Tanto isso é verdade que não há, desde a juntada aos autos desse material há mais de um mês, nenhum apontamento nesse sentido pela autoridade policial.”

‘Decisões técnicas’. O BNDES afirmou que nunca financiou projetos da Constran no exterior. “O BNDES nunca teve contato com Bumlai, em reuniões ou qualquer negociação relacionadas a financiamentos às exportações.” Por meio de sua assessoria, o banco negou que Lula ou alguém em seu nome pudesse ter influenciado decisões. “As decisões do BNDES são técnicas.” Informou ainda não ter registros sobre negócio com Instituto Eco Goal.

A Constran informou que a “empresa não comenta investigações em andamento”. Fábio Pavan e Wilson Quintella não foram localizados pela reportagem. O ex-ministro Guido Mantega disse não conhecer o representante do Instituto Eco Goal. (Ricardo Brandt e Fausto Macedo)não conhecer o representante do Instituto Eco Goal.