Título: À espera de explicações
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 07/11/2011, Política, p. 3

O ministro da Educação, Fernando Haddad, é outro que o PSDB pretende colocar sob os holofotes esta semana. A ideia dos tucanos é convocar o ministro ao Congresso para falar sobre falhas no Enem e a respeito de empresas em nome de laranjas que têm contratos com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o Inep. Haddad, garante que dará explicações.

Dentro do PT, há quem acredite que os ataques a Haddad em relação ao vazamento do Enem têm como meta enfraquecê-lo para a disputa da prefeitura de São Paulo no ano que vem. Ontem, o ministro, que tem o apoio e a torcida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, obteve mais uma vitória política na corrida eleitoral. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou que está fora da disputa e irá apoiar o candidato de Lula, seguindo o mesmo caminho da ex-mulher, a senadora Marta Suplicy.

Agora, a expectativa geral dos petistas é a de que não haja prévia para a escolha do candidato petista à prefeitura paulistana. Além de Haddad, restam dois outros candidatos — Jilmar Tatto e Carlos Zaratini —, que já são tratados pela direção partidária como derrotados.

Nos próximos dias, preveem os petistas, vai aumentar a pressão para que eles desistam de concorrer e evitem uma disputa interna, o que transforma Haddad em candidato único, pronto para deixar o governo no ano que vem e se dedicar integralmente aos estudos dos problemas da capital paulista. Até lá, entretanto, a oposição fará o que puder para desgastá-lo. Hoje, muitos veem Haddad como incógnita eleitoral. E a oposição espera que essa incógnita seja em viés de queda. (DR)