Para ministro, ter dois presidentes traz insegurança

Luciana Nunes Leal e Vinicius Neder

21/06/2016

 

 

Um dos mais próximos aliados do presidente em exercício Michel Temer, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República, Moreira Franco, disse ontem que o fato de o País ter “dois presidentes da República” causa “insegurança e instabilidade”. Para Moreira, o processo de impeachment “se alonga mais que o necessário” em um cenário já prejudicado pela grave crise econômica.

“Nesse ambiente em que estamos,  vivendo a maior crise econômica da nossa história, é um fator de profunda insegurança e instabilidade se conviver com dois presidentes da República.

Acredito que no mundo só existam dois Estados com dois chefes comandando: o Brasil e o Vaticano, sendo que no Vaticano os dois rezam juntos e, no Brasil, não, eles disputam sua permanência (no governo)”, disse o secretário na abertura de seminário na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ao comentar a indefinição política até que o Senado decida o futuro da presidente afastada Dilma Rousseff, Moreira citou a situação de dois companheiros de PMDB, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL),investigados na Operação Lava Jato.

“Temos um presidente da República afastado, o presidente da Câmara dos Deputados, que é o segundo na hierarquia, afastado, recentemente o presidente do Senado e do Congresso Nacional... houve um pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal e ao mesmo tempo um processo de impeachment que se prolonga, creio eu, mais do que o necessário, não para a solução do problema, mas para a economia do País”, disse.