Título: Berlusconi também ameaçado
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Fonte: Correio Braziliense, 07/11/2011, Economia, p. 11

Afundada na crise da dívida que ameaça a Zona do Euro e preocupa o mundo, a Itália, assim como a Grécia, também assiste a um movimento de pressão para a renúncia de seu primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. Deputados de centro-direita afirmaram ontem que consideram a possibilidade de abandonar o premiê italiano antes da votação sobre as finanças públicas. Marcada para amanhã, a sessão pode derrubar o governo.

No sábado, milhares de italianos, convocados pelo Partido Democrata, principal força da oposição de esquerda, saíram às ruas para pedir a renúncia de Berlusconi. Acuado pelas críticas, ele garantiu que ainda possui maioria no parlamento e, durante um encontro de aliados, se mostrou confiante. "Nós checamos nas últimas horas. Os números estão certos", afirmou. O primeiro-ministro também rejeitou rumores de que seria substituído por um governo tecnocrata não eleito ou por outra administração com apoio de todas as forças do parlamento. "A única alternativa a esse governo seriam eleições", rebateu.

FMI Berlusconi reiterou a autonomia da Itália para conduzir suas finanças e ameaçou cancelar as visitas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para conferir se Roma consegue realizar as reformas prometidas. "O pedido veio de nós e podemos retirá-lo quando quisermos", disse. Na semana passada, durante a reunião do G-20 em Cannes, na França, o governante italiano solicitou ao fundo a supervisão das medidas de ajuste fiscal. Paralelamente ao monitoramento da Comissão Europeia, o FMI produzirá avaliações trimestrais do pacote de reformas anunciado pela Itália para equilibrar o orçamento até 2013.

Para o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, a Itália enfrenta um problema de credibilidade e precisa ser fiscalizada para conseguir honrar os compromissos assumidos com seu novo plano de reformas econômicas. "É necessário lutar contra essa desconfiança, ser vigilante e garantir que as reformas sejam realizadas", disse. Juppé ressaltou, porém, que a Itália tem uma economia forte e que a iniciativa de pedir a supervisão do FMI busca acalmar os mercados.

20 presos em Wall Street Vinte manifestantes do movimento Ocupe Wall Street foram presos no fim de semana em Nova York durante um protesto contra os bancos. "A maioria foi detida por alterar a ordem pública, e três por terem agredido oficiais", afirmou um porta-voz da polícia norte-americana. Os incidentes ocorreram na tarde de sábado em Foley Square, no sul de Manhattan, onde estão localizados diversos edifícios estatais, entre eles o tribunal federal e a Corte de Apelações do estado nova-iorquino. Testemunhas relataram que a polícia exigiu que os manifestantes saíssem de algumas calçadas e tentou bloquear o acesso às escadarias da Corte de Apelações, ocasionando o confronto.