Título: Tática de atuação
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 08/11/2011, Política, p. 2

Rio de Janeiro — Por seis horas, governadores, parlamentares e estrelas do PSDB ouviram exposições sobre como repensar o Brasil e se preparar para enfrentar o PT e a presidente Dilma Rousseff nos mais diferentes campos, inclusive no sentido de derrubar a imagem de gestora.

Os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Pérsio Arida e Gustavo Franco foram unânimes em afirmar que os juros poderiam estar mais baixos. Armínio, no entanto, pisou fundo no acelerador ao criticar o tamanho do Estado no governo Dilma Rousseff: "Temos um Estado cada vez mais capturado por interesses partidários. É preciso evitar essa farra dos cargos. É vergonhoso. É preciso deixar o Estado ser o que tem de ser: trabalho a serviço de uma nação e não a serviço de um partido", disse.

Armínio foi incisivo ainda nas críticas ao governo da presidente Dilma. "A gestão do setor público requer agilidade. Ela tem 37, 38 subordinados diretos. A presidente tem isso de ministros e (esse número) precisa cair com urgência para que seja minimamente administrável", afirmou ele, dando pitacos ainda na política externa do antecessor de Dilma: "O Brasil tem jeito de andar com ditadores, como Ahmadinejad (Irã) e Fidel (Cuba)", disse ele, citando ainda o mundo das ONGs "que tinha um conceito bom, mas está sendo desestruturado", numa referência aos escândalos recentes de desvio de dinheiro. Outros palestrantes, como Armando Castelar Pinheiro, criticaram a falta de infraestrutura no país. "É um desastre", disse Pinheiro. (DR)