Dirceu vira réu plea segunda vez na Lava-Jato

30/06/2016

 

 

Moro aceita denúncia do MPF de que ex-ministro recebeu propina de empresa de tubos

 

A Justiça Federal aceitou ontem nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e outras cinco pessoas acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia, que tem como foco o pagamento de propina em um negócio de uma fornecedora de tubos para a Petrobras, foi oferecida pelo Ministério Público Federal na terça-feira.

Preso em Curitiba desde 3 de agosto do ano passado, Dirceu virou réu pela segunda vez de ação relacionada aos crimes contra a Petrobras. Em 17 de maio, o ex-ministro foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão num processo originado pela Operação Pixuleco.

Desta vez, o esquema que está sendo investigado envolve a contratação da empresa Apolo Tubulars para fornecer tubos à petrolífera em troca do pagamento de R$ 7,1 milhões em propinas à Diretoria de Serviços da Petrobras e ao grupo político dirigido por Dirceu entre 2009 e 2012, segundo o MPF.

Dirceu teria recebido cerca de R$ 1,4 milhão de propina por meio do pagamento de aeronaves pertencentes ao lobista Júlio Camargo. Os investigadores identificaram, ainda, repasses em dinheiro vivo feitos por Camargo à JD Consultoria, por meio de contratos fictícios que envolveriam uma empresa chamada Credencial Construtora.

No despacho, o juiz Sérgio Moro escreveu: “Falta aparente causa econômica lícita para os pagamentos vultosos efetuados pela Apolo Tubulars (...) Também ausente aparente causa econômica lícita para o pagamento pela Credencial à JD Assessoria e Consultoria”.

 

 

O globo, n. 30278, 30/06/2016. País, p. 7.