Título: Dados precários no DF
Autor: Braga, Juliana; Leite, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 08/11/2011, Brasil, p. 8

O Distrito Federal foi consultado para responder aos questionários da Confederação Nacional de Municípios (CNM), mas não apresentou as informações. O CNM alega que tentou por três meses obter dados com a Subsecretaria de Política sobre Drogas (Subad), ligada à Secretaria de Justiça (Sejus), por meio de contatos telefônicos e e-mails. A Sejus diz que não recebeu nenhuma solicitação. "Não quero rotular como omissão, mas a verdade é que os dados não existem", sustenta o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

O secretário de Justiça do DF, Alírio Neto, reconhece que não há dados sistematizados sobre crack, mas diz que fechou convênio com o Ministério da Saúde e a Fiocruz para a realização de uma pesquisa sobre o assunto com informações locais. Alírio Neto admite que o crack é um problema que já atinge diversos setores da capital do país, como a saúde, a assistência social e a educação. "O problema do crack e de outras drogas é transversal em qualquer sociedade", afirma. O secretário lembra que os estragos físicos causados por esse entorpecente é maior do que o de outros e tem se espalhado rapidamente. Dados divulgados pela Sejus mostram que 24,4% dos usuários que procuram o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da Rodoviária são dependentes do crack.

Segundo Paulo Ziulkoski, a ausência de informações sistematizadas prejudica a elaboração de um plano que possa orientar as ações na área de prevenção de uso e combate às drogas. "Esses dados deveriam estar concentrados em algum lugar. Mostra que falta uma estrutura que possa construir uma política local de enfrentamento", critica. (JB)