Título: FMI faz alerta sombrio
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Fonte: Correio Braziliense, 08/11/2011, Economia, p. 13
Moscou — Após o fracasso da reunião de cúpula dos líderes do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) em encontrar soluções para a crise da dívida europeia, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, fez ontem um alerta sombrio sobre a economia global. Segundo ela, o planeta está entrando numa fase perigosa, que pode desembocar num colapso generalizado do consumo.
"Nuvens negras estão claramente no horizonte. Se não trabalharmos juntos, poderemos enfrentar uma espiral descendente de incerteza, instabilidade financeira e colapso do consumo mundial", disse Lagarde na primeira viagem à Rússia depois que assumiu o cargo. Ela pediu que os governantes tomem medidas decisivas para evitar que "um anêmico e letárgico crescimento econômico colabore para o enfraquecimento financeiro".
A chefe do FMI advertiu o presidente russo, Dimitri Medvedev, sobre os riscos que a Europa Oriental e, em especial, a Rússia correm neste momento delicado. Segundo ela, a região pode ser "severamente atingida" pela crise, principalmente com exportações menores e problemas financeiros. "Os bancos do Ocidente têm sido fundamentais para manter as economias, mas podem não estar mais aqui para sustentar o crescimento e a saúde desses países", disse.
Dependência Na avaliação de Lagarde, a Rússia já sobreviveu a muitas crises, mas tem muitas vulnerabilidades. Precisa, entre outras coisas, reforçar sua política fiscal e diversificar a economia, excessivamente dependente do petróleo e derivados — o setor representa 60% das exportações russas. No Rio de Janeiro, o diretor executivo do FMI para o Brasil, países latino-americanos e o Caribe, Paulo Nogueira Batista Júnior, afirmou que a crise internacional "tende a se agravar".
Pobreza nos EUA O número de pessoas vivendo na pobreza nos Estados Unidos chegou a um recorde de 49,1 milhões em 2010, o equivalente a 16% da população, de acordo com novos dados do censo do país. A medida contrasta com um indicador oficial divulgado em setembro, segundo o qual havia 46,2 milhões de pobres no país, correspondentes a 15,1% do total. O novo cálculo leva em conta os benefícios sociais oferecidos pelo governo. As cifras revisadas mostram menores taxas de pobreza de crianças e negros, mas maiores para brancos, asiáticos, hispânicos e pessoas da terceira idade com altas despesas médicas. Os números elevaram a linha de pobreza a uma renda anual de US$ 24.343 para uma família de dois adultos e duas crianças, em comparação com US$ 22.113 sob o padrão antigo.