24/06/2016
Elvira comparou a situação que viveu — enquanto repórter especial da “Folha de S.Paulo”, ela foi alvo de inúmeras ações na Justiça por conta de uma reportagem em que revelou o “império empresarial” da Igreja Universal — com a que enfrentam atualmente jornalistas no Paraná. Elvira diz que os repórteres paranaenses “sofrem uma grande injustiça” ao serem obrigados a viajar por todo o estado para depor em ações, após terem revelado gratificações de juízes numa reportagem.
Elvira disse que, como repórter, “sempre acreditou que dizer a verdade seria suficiente, mas nesse caso não foi”. O caso envolvendo jornalistas do Paraná vem sendo criticado por várias entidades de imprensa.
Além disso, ontem foi lançada, no congresso, a Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), criada com objetivo de debater e colaborar com coberturas da área. A associação é presidida por Antonio Gois, colunista do GLOBO.
Hoje, haverá o painel “Liberdade de Imprensa e Expressão no Judiciário”, com a presença da ministra Carmem Lúcia, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal em setembro. O encontro é mediado pela colunista do GLOBO Míriam Leitão.
“Por que investir em reportagem para sobreviver à crise?” é outro painel também concorrido de hoje, com a participação do diretor de Redação do GLOBO, Ascânio Seleme; do editor executivo da “Folha de S.Paulo”, Sérgio D’Ávila; e de João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado. A mediação é do jornalista Fernando Barros e Silva, da revista “Piauí”. A editora executiva do GLOBO Silvia Fonseca falará sobre “Mulheres no poder”.
Bob Garfield, que há 15 anos apresenta o podcast “On The Media” na WNYC (filial da NPR, rádio pública dos EUA, em Nova York), é um dos grandes nomes do evento. O programa analisa a cobertura da mídia e fala sobre modelos de negócio no jornalismo. A palestra de Garfield, no sábado, encerra um congresso que contará com 20 cursos e 51 painéis e palestras.
Outro destaque é a presença de Marina Walker Guevara, diretora do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), que falará sobre a experiência de coordenar a investigação internacional sobre os Panamá Papers — documentos do escritório de advocacia Mossack Fonseca, especializado na abertura de empresas de fachada em paraísos fiscais. Ela debaterá com Fernando Rodrigues, do UOL, e José Roberto de Toledo, de “O Estado de S. Paulo”, ambos participantes da equipe na qual trabalharam cerca de 370 jornalistas de 76 países e cerca de 100 órgãos de mídia.