Título: Governo silencia
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 21/10/2011, Economia, p. 8

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) adiando a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) marcou mais uma derrota do governo brasileiro nos tribunais sobre o tema. Ontem, o Ministério do Desenvolvimento e o Ministério da Fazenda fizeram voto de silêncio sobre o assunto. Desde setembro, quando anunciou a elevação da alíquota para os carros importados, a União colecionou uma enxurrada de críticas e contestações — judiciais e na Organização Mundial do Comércio (OMC). A chinesa Chery e duas importadoras independentes já haviam ganhado ações isoladas contra o decreto. Foram tantas reclamações que o ministro Fernando Pimentel chegou a admitir a que um "regime alternativo" seria preparado.

Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) informou que houve alívio no setor, que poderá planejar as vendas do atual estoque, mas disse que vai aguardar a publicação no Diário Oficial da União para comentar a medida.

A expectativa era de que o impacto nos preços seria de até 30%, mas os aumentos não foram integrais. A coreana Kia reajustou a tabela em 8,41%. As alemãs Audi e Porshe repassaram, respectivamente, 10% e 19% aos preços. A Jac Motors não fez alteração.

Devolução A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) começou a preparar, ontem, um levantamento com as 27 marcas que integram a entidade para saber quantos clientes terão direito ao crédito do imposto pago a mais. A devolução será feita pelo concessionário, mas como não é ele quem recolhe o tributo, e sim o importador ou a montadora, a forma e o prazo para o reembolso ainda não estão definidos.