Carla Araújo e Tânia Monteiro
01/07/2016
Alvo de disputa entre Senado e Câmara nos últimos dias, a Lei de Responsabilidade das Estatais foi sancionada ontem, com vetos, pelo presidente em exercício Michel Temer.
O texto estabelece regras para restringir a nomeação de políticos e dirigentes sindicais em estatais.
A sanção da lei, inicialmente prevista para a semana passada, foi adiada duas vezes diante do impasse entre parlamentares sobre a rigidez da nova legislação.
Senadores aprovaram um texto que dificulta a nomeação de políticos, mas os deputados, interessados nos cargos, afrouxaram o projeto, que foi, novamente, endurecido no Senado.
A principal reclamação dos deputados era a quarentena de 36 meses para dirigentes de partidos e pessoas que tenham trabalhado em campanhas eleitorais assumirem cargos em estatais.
Apesar da pressão para que o prazo fosse reduzido, Temer optou por não incluí-lo na lista de vetos ao projeto.
Com a sanção da lei, as nomeações nas estatais devem ser destravadas, o que ajudará o Planalto nas negociações para votar medidas de interesse do governo interino.
Técnicos. Os vetos do presidente em exercício se concentraram em itens mais técnicos, como a chamada “responsabilidade solidária”, que previa que integrante do conselho das estatais, mesmo que tivesse votado contra um tema, fosse também responsabilizado pela decisão da maioria e por suas consequências na gestão da empresa.
Temer vetou também a regra que proibia “a acumulação do cargo de diretor ou diretor-presidente e de membro do conselho de administração pela mesma pessoa, mesmo que interinamente”.
Outro veto foi ao trecho que previa a abertura do orçamento sigiloso durante a fase de negociações, desde que em sessão pública.