Com aval de Temer, vice de Marta será Mararazzo

Pedro Venceslau, Valmar Hupsel Filho, Tânia Monteiro, Carla Araújo e Igor Gadelha

26/07/2016

 

 

São Paulo. Vereador do PSD aceita compor chapa com pré-candidata do PMDB; costura envolve presidente em exercício, Gilberto Kassab e tem a chancela do tucano José Serra.

O vereador Andrea Matarazzo (PSD) e a senadora Marta Suplicy (PMDB) estarão juntos na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A decisão ainda não foi anunciada formalmente, mas Matarazzo aceitou abrir da mão de sua pré-candidatura e ocupar o cargo de vice na chapa após se reunir ontem com a peemedebista. Os dois pré-candidatos discutiram os termos da aliança e qual será a participação do vereador na campanha.

Segundo dirigentes do diretório estadual do PMDB, Matarazzo já comunicou a líderes do partido que aceita ser o vice. “Está certo que Matarazzo estará na aliança”, disse ao Estado o presidente municipal do PMDB, José Yunes. Interlocutor e conselheiro do presidente em exercício Michel Temer, Yunes foi um dos responsáveis pela articulação. O diálogo, porém, foi mais amplo.

O projeto de montar um palanque unificado na capital nasceu de conversas do presidente do PSD, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, com Temer, envolveu o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e teve a chancela do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB).

Esse movimento agrada aos dissidentes do PSDB paulista que não aceitam a candidatura de João Doria, pois cria um novo polo de poder na capital.

O candidato tucano à Prefeitura venceu as prévias do partido e conquistou a vaga graças ao apoio de seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin. Assim como Serra, o governador planeja ser candidato à Presidência em 2018. Aliado de Serra, Matarazzo disputou a primária contra Doria, mas saiu do partido acusando o adversário de abuso do poder econômico.

Discreto. Apesar de ter atuado nos bastidores para unir o PMDB e o PSD (e, assim, repetir a aliança na campanha para o governo paulista de 2014, quando Skaf foi candidato a governador e Kassab disputou o Senado), o presidente em exercício tem dito a que manterá distância da disputa municipal.

Conhecido pelo estilo conciliador, Temer não quer criar atrito com o PSDB, que é seu principal aliado no plano federal e no Congresso Nacional.

O presidente em exercício decidiu não participar nem da convenção que oficializará, no sábado, a candidatura de Marta. Nesse dia, ele confirmou presença na inauguração da Linha 4 do Metrô, no Jardim Oceânico, no Rio. Também deve fazer uma visita ao governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão, que está se tratando de um câncer.

Resistência. A possibilidade de uma aliança com a senadora e ex-prefeita foi rechaçada por Matarazzo quando ele deixou o PSDB, em março. O convite do PMDB a Matarazzo foi feito há duas semanas, mas, na ocasião, o vereador reafirmou sua intenção de concorrer à Prefeitura.

Ele, porém, mudou de ideia após constatar que não contaria com recursos do Fundo Partidário na campanha nem com o apoio de outros partidos em seu palanque, o que poderia ampliar seu tempo de TV. A aliança Marta/Matarazzo garante à chapa 8 minutos e 12 segundos por dia divididos em inserções de 30 e 15 segundos. Com isso, eles se aproximam de Doria (13 minutos) e de Fernando Haddad (10 minutos e 28 segundos), candidato à reeleição pelo PT. 

Entrevista no ‘Estado’

Pré-candidato pelo SD, Major Olimpio (foto) participa de entrevista hoje às 13h na TV Estadão e na Rádio Estadão.